Francisco já se esqueceu há quantos anos trabalha na linha ferrea do Entroncamento, mas mantem vivo o dia em que, pela primeira vez, Sílvia passou por ele.
Pediram-me para escrever sobre a ironia. Fácil. Depois, difícil. Talvez por existir tanto disso na minha vida. Por ter nascido no meio de uma família rica em dinheiro, mas pobre em amor.
A Imaginação tinha uma mente prodigiosa. Não havia nada que fizesse com que ela parasse de imaginar. Cada acontecimento era um motivo de investigação. Nada passava despercebido para ela.
Quando Ana tentou resguardar a face já era tarde. “Achas que pode ser para hoje? Detesto chegar tarde” ouviu Luis dizer-lhe secamente, enquanto se afastava. “E quero-te jeitosa, ouviste?”. “Ouvi”.
Entro no atrio. Passo apressado, atropelo toda a gente, que não vejo, coração a mil, a saltar-me da boca, um nó cego, grande, enorme, inutil, na garganta.