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O Silêncio era um ser misterioso e muito calado. Seus longos braços se estendiam por todos os lados e algumas vezes envolviam o Pensamento de forma tão silenciosa, que até o Pensamento se sentia fortemente preso a ele, sem saber como se desvencilhar. Era um abraço tão apertado, que quase o sufocava. Mas não bastava se desvencilhar desse abraço, por que o Pensamento era um eterno prisioneiro do Silêncio. Quando tentava pensar em algo, o Silêncio logo o repreendia e o fazia repensar novamente tudo o que o Pensamento queria dizer. Então, de que valeria ter pensamentos, se não os podia expressar?
Cada vez que pensava em romper o Silêncio, ficava apreensivo, com medo de ter novamente seus pensamentos calados. Depois de muito pensar em uma solução, resolver quebrar o Silêncio. E fez isso de forma tão drástica, que o Silêncio se partiu em mil pedaços e foram espalhados por todo o universo. Deste modo, o Pensamento ficou livre do Silêncio que tanto o sufocava. E a partir de então, o Pensamento criou asas e sentiu como era maravilhoso poder viajar, sentir a brisa soprando em seus ouvidos e ouvir a linda melodia que o mar embalava em suas ondas, que tocavam uma belíssima sinfonia, soprada pelo vento que assobiava na praia...
Débora Benvenuti
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