Português
A Emoção era muito sensível e se emocionava até as lágrimas escorrerem pelo seu rosto. Quando isso acontecia, ela ficava sem poder falar. Tentava dizer alguma coisa, mas nenhum som saía de sua boca. Parecia até que o mundo parava de girar nesses momentos e ela mal se continha, para tentar disfarçar a emoção que a acometia. Já havia dito a si mesma que tentaria não se emocionar com qualquer coisa, mas sempre a Lágrima que ela tentava esconder, aparecia na janela do seu rosto e teimava em aparecer, mesmo que por poucos instantes. Seu amigo Coração, era sempre o responsável por tudo o que acontecia com a Emoção. Muitas vezes ele fingia que não sentia nada, porque já sabia que a Emoção sempre o repreendia, quando ele demonstrava mais do que devia. Viviam os três em constante harmonia. A Emoção dizia ao Coração que procurasse se conter, para que a Lágrima também deixasse de ser curiosa e aparecesse sempre quando a Emoção desejava esconder algum sentimento. Mas isso era uma tarefa muito difícil, que o Coração sempre dizia que era impossível realizar. Algumas vezes, o Coração fingia que nada acontecia. Mesmo assim, ficava gelado e transpirava muito, o que deixava a Emoção ainda mais desesperada. Sem poder se conter, lá vinha a Lágrima espiar na janelinha e se percebia que precisava sair, ia escorrendo até formar um pequeno lago. Depois, tudo serenava. A Emoção se recolhia, acalmava o Coração e a Lágrima fechava a torneirinha e dizia para si mesma, que era hora de adormecer...
Débora Benvenuti
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