Dá-me um abraço cego,
que não seja amargo, nem bruto,
que seja somente um abraço,
que não veja a cor, nem o cheiro,
que seja somente um abraço profundo,
Espíritos Impuros
Que caminham entre mundos, através de sonhos perdidos
Vozes de outrora que despertam dum vazio infinito
Tempos que chegam, obscuros em sua beleza
Anjo, voltas a mim com a tua negra sombra
Profanador de inocência, com asas banhadas em sangue
Anjo, que a mim te apresentas
Já não existe dor em mim, nada mais
Um homem a caminho do meio da vida faz muitas viagens ao longo da Costa Mediterrânica. A direcção sudeste, quando é levado pelo vento de madrugada diz-lhe isso.
Nesse teu poema divino me escondo,
nele busco às cores que me cobrem,
os aromas que me despertam,
nesse teu poema divino,
eu vou ao encontro do que não sei,
Se eu disser que te amo,
Estarei a mentir-te,
Sendo assim dir-te-ei apenas que gosto de ti,
Não te minto e não me engano,
Não finjo e é melhor que seja assim,
Hoje, ao passar diante do espelho, ela viu algo diferente e ali ficou, a olhar aquela imagem que o espelho lhe mostrava, procurando ver o que aqueles olhos lhe diziam ou lhe mostravam.
E nas sombras da manhã minha alma pulsa para sair, para viver...sentir.
O coração a ninguém pertence...mas ao mundo padece.
Nestas irrealidades sociais e fingidas, encontro vazios
Escavo sobre o branco do papel sentindo a suavidade do momento, uma brise suave afaga-me as mãos e as emoções soltam as palavras embrenhas no sol, neste dia de Outono.
Era o pintor, chegava a qualquer hora, porque para ele não importa o tempo, a causa dele chama-se inspiração e essa, não tem relógio – pelo menos que tenha horas certas.