Varios murmurios me acompanham,
Varias vozes brotam do coracao,
Sao pensamentos, sao lembrancas,
Carregadas de paixao.
E em que mares revoltos os nossos olhos se distraem
Como somos sugados pelas tempestades
Revolvidos, remoídos, ruminados no confronto
Invada-me, ó Fila de Deuses!
Que os Santos me compreendam,
Encanta-me, ó Templo de Eleusis!
Lembranças percorrem a minha mente. Labirinto estreito onde as palavras Jazem sem efeito.
Tantas vezes só desejo sossego, mergulhar no meu silêncio, aquietar a alma, ser barco á deriva no meu próprio mar.
Quiseste tu ser como terra onde penetram as raízes, onde germina vida e cor.
Quis eu ser ar quente em balão, enchendo o peito e colocando o coração flutuante.
Vermelho floresceu, arrebatando o gosto e cobrindo a amargura existente.
Tingindo as rosetas e aquecendo o sangue!
Muitas vezes perco as asas mas não perco o sonho. Faço-me gaivota e deixo-me ficar sonhando olhando o mar. Ali , bem pertinho...
Vou contar um segredo mas não quero comentários, se não fosse um segredo, pediria o contrário.
Existem horas,
Estamos doentes, sem querer;
Doentes porque assim quis a vida;
Somos doentes, sem saber
Aquilo que cura tal ferida.
Faltam os afetos, a sinceridade;
Quando a noite desce e a solidão entorpece a nossa mente, nada parece ser suficiente para acalmar esse sentimento,
Não sofra por antecipação,
faça o auto-exame
O que comenta, sente,
Quem não comenta, nada sente
"Palavras"
Desabafos & Estilhaços
O segredo é focar o presente
Pai, pede perdão
Pela terra que invadiste
Pelo povo que expulsaste
Pelo sangue que derramaste
Em nome do trono de alguém
Minha pulsão de morte
Não age em conservação da vida
De tudo que é belo
De tudo que é triste
Hei de absorver o oposto
Aos moralistas, serei ímpio
Perdido na ociosidade, penso eu:
"Por que um deus há de me ter feito louco?"
É nessas horas que a luz atrai-me pouco
Viro um ser soturno, soçobrado em um breu
Ser imune tal qual predestinado
Para alcançar força devastante
No meio de todos o mais honrado
Ao estampar na alma o semblante
Do alto de seu arrojo indômito
E de sua postura impecável
Nota-se um cérebro imaleável
Onde a ponderação causa vômito
Condicionado a ser ignóbil
José, recostado à janela
Fuma um cigarro
Contempla a rua, as portas, os postes
Sentindo a inutilidade
De toda esta fiação
Que vela as mentes
Dentre as maleficências implodidas ao redor
E mentes brilhantes cruelmente desperdiçadas
Percebo em meio a falácias tão equivocadas
Foste o nó que desatou nosso laço
Traíste minha quimera com tuas trevas nervosas
Fizeste de minha brisa este lúgubre mormaço
A mesma aurora que nasce em céu já nítido
E faz avivarem-se as bocas sonolentas
Faz brotar, sem a devida licença
As mágoas que carregam os olhares oprimidos