Quem és tu? Quem me és tu?
Quem? Quem me entrou sob
o aumento das pulsações do solo
terrestre das papoilas de cor púrpura?
Quem sob o fruto das leias naturais
Escrevo-te escrevendo-me,
sou-te sendo-me,
vivo-te vivendo-me,
mas contudo e por tudo,
amo-te amando-te.
Tão pura e simplesmente assim.
Teu corpo, deixa-me explorar.
Toque sob toque
sente-me dentro de ti.
Teu cheiro, teu beijo, teu corpo, deixa-me nervosa.
Tremula. Insegura.
Fora de mim.
Poderei um dia suspirar-te à vontade?
Por detrás de ti,
pequena estranhesa,
sou-o a humana desumana, pois
tanto viveria em ti como morreria por ti.
Escreve-me uma carta e diz-me
deambulando sobre ti
escreve-me palavras e suspira-me.
Todos os cantos de amor,
todos os toques de paixão,
Palavras sentidas e expressadas pela Fé
Palavras desenhadas por inspiração divina
Palavras transmitidas linearmente ao teu EU
Espaço em dispersão fortuita Nas cordas do tempo Profusas em éter Desponta pulso luminoso Eco futuro Contração veloz De trajeto em quatro dimensões
Pela Terra, pelo Mar Pelo berço que embala Quem vem para engalanar A ilha que é uma sala.
Num rosto de tom salgado Pela vida de maresia Entre um tom desbotado Que só alegra a poesia.
Lembra-te de onde és Com berço de arvoredos; Um festival de marés Dançando entre os rochedos.
Será que um dia vais chorar por mim?! Como se eu fosse o colo de uma raiz Como se eu te tivesse feito mais feliz Ou simplesmente partir, nos ares do fim?!
1.
toda a tua história todos os teus caminhos convergem num só instante vivido:
Vaguei pela imensidão que me rodeia, Desprovido de certezas e emoções passageiras, destinadas aos comuns mortais.
"Saudade"
Neste momento que desenho meu anseio
Refaço meus pensamentos sem receio
De algum dia te reencontrar e calar meu desejo
Sem sufocar o belo instante, “do segundo” a lhe amar.
Hoje você se pergunta:
— Por que está acontecendo?
— Por que estou sofrendo?
E você exclama: — Penso, penso e não entendo!
Ainda Amo Você.
Madrugada chuvosa aplaca minha opaca alma
Sinto na pele o frio como um vazio lascivo inquietante
Cada passo que dou
é uma onda que quebra na areia daquela praia,
um avanço e um recuo
de maré baixa ou maré alta.
As falésias observam
Quantas estradas percorridas sem razão?
Sem camuflar ou fantasiar respostas
Esta noite que não avança...
Estática
Isolada
Rosa
Pétala
Veludo
Delicada
Um sorriso verdadeiro
É aconchego para alma e coração
A lágrima que desliza em tua face
Ao instante de vida circunstancial
Deparo-me com imensuráveis incertezas
Descortinei diante dos meus olhos uma ilusão
Que afetava de modo angustiante minha alma
Se desejo exaltar ao instante a te encontrar
É porque habitas solenemente ao convívio do meu Eu
Aquela população ali presente
Deitada ao relento apenas aguardando
Ofélia...
Ao sentir sua amada partindo,
em seus braços, insano, a enredou,
alvas faces beijando,
em flores de escuro pranto ela se deitou,
ARTE!
Arte é a parte
da ciência de descarte
que não quer dar – te
possibilidade de nomear – te
até que farte de navegar – te
Mais um dia
que canto lágrimas
num silêncio assustado
grito o que nunca foi dito
e escrevo o que nunca disse
bebo o veneno da verdade
ESTÀTUAS DE LISBOA
Ocas são as atitudes no versejar
Vagas as palavras
De um passado feito estátua
Alva de tempo
Vegetante