Minha pulsão de morte
Não age em conservação da vida
De tudo que é belo
De tudo que é triste
Hei de absorver o oposto
Aos moralistas, serei ímpio
E aos ímpios, serei navalha
Retirarei meu próprio sangue
Em nome da insanidade
Aos meus ídolos, serei iconoclasta
Regurgitarei os dizeres perpetrados
Pelos de mente pura
Porque eu quero o limo
A sujeira extrema da alma
Em sua mais lívida pureza
Do mar, quero seu doce
E da lua, quero o eclipse
Abomino os caminhos
Quero a morte de tudo que não rasteja
Quero o suspiro de tudo que não respira
Mas da lisura daquelas pernas
Do brilho incessante daqueles olhos
Da delicadeza daqueles dedos
E daqueles tenros lábios
Quero ser novamente oposto
A tudo que fui outrora
E querer não mais
Que somente isto.
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