Geral

 

II

constrói-te de asas, desse mesmo
silêncio que se sobrevoa quando o mar acaba

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I

que te sejam próximas as aves,
a natureza estancada numa
beleza marmórea;

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sem título

conhecer a mineralogia insalúbre da pele
o suor esfriado pela noite em feridas
simuladas pela sonulenta paixão. um beijo de cristal

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leio-te

A ilegibilidade de um poema

Foi com a ilegibilidade de um poema que eu te dei ao mar

Fiz-te verso de marés

Dei-me remo ao teu choro

Fui-me de água a teus pés

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o tal mar

Penso na opacidade dos sentidos

E na verbalização dos gestos

A tempestiva idealização de duas almas

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se valsas fossem tangos

Vivemos a valsa dos dias

Como uma virgula no tempo,

Um baile ortográfico de emoções.

Pudesse eu negociar com a noite, a lua

Levar-ta num sonho,

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reflexo

pedi ao sol que viesse mais cedo,

vestido de silêncios,

dizer-me qual o preço da luz,

e quantas são as vozes que rasgam a estrada às seis da madrugada.

pedi ao Sol,

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ditongos à chuva

Os teus beijos timbrados na pauta do meu abdómen

E toda a música dos céus,

Quando o inverno brinca ás escondidas

Nos primeiros de março

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sonho

quando sonhas,
e os sonhos te atormentam
enfraquecem-te a alma
e não te acalentam,
não sabes como sonhar.
e se o sonho te disse: desiste!

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Deixem-me ser quem sou

Tal o rio, em busca de onde desaguar,
Assim ando eu, tentando me encontrar…
Já que asas em mim bordei,
Deixem-me ser quem sou, quem idealizei...

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Lua

A lua ficou vermelha

de vergonha

Quanto sangue derramado!

Resolveu por algum tempo fechar os olhos...

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Cotidiano

Filas de carros

Entre muros, concreto e cercas

Dividindo pessoas

Em cubos brancos ou fluxos contínuos

Que as levam de um cubo a outro

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Notas

Me dê uma nota, vamos!
Não de 0 a 10
Pois sou mico, sou peixe, sou ONÇA!
E sou gente...
E não caibo no rodapé...
Afinal, prestenção, que sou digno de nota!

Type: 
 

Entre o balanço do relógio e o meu

Tic-tac
Todo dia
Tic-tac, tic- tac
Todo dia, tic-tac
Mais um dia se inicia
Tic-tac, tic-tac
Sol nascendo, pássaros cantando, orvalho, neblina, friiio

Type: 
 

Sobre tardes lendo História...

Sim, eu gosto de café
Gosto porque inunda a casa
Chama vizinhos
Rega a prosa
Gosto do verde, do preto, do marrom, do vermelho
Gosto porque sou paulista

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Vinho

Dai-me um pedaço de chão

Dai-me uma gota de chuva

E eu farei desta uva

A força do meu coração

 

Dai-me um lagar de vida

Dai-me os passos do caminho

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Ironia

Se o tempo fosse uma flor

e cada pétala um segundo.

Se um pedaço de dor

pudesse mudar o mundo.

Se o amor tudo curasse…

Se água tudo lavasse…

 

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Assalto

Quero cobrir-me de cor

Misturar especiarias

E provar o seu sabor

Trocar olhares curiosos

Intrigantes e misteriosos

Fechar os olhos e descobrir

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O amor e a vida

Com a vida escreves prosa

Com o amor escreves poesia

Com a vida falas de aventura

Com o amor falas de ternura

Com a vida cantas com vinho

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Escola da Palavra

Não passa a ninguém

o que se passa.

Não sabe melhor

saber o que é ver o rio,

a ponte e o Cristo Rei

lá no nosso canto de Lisboa.

 

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Para quando?

 

Para quando voltarmos ao clube

e virarmos do avesso

as mesas que sustentam

os cotovelos

de quem

de cabeça baixa

já aqui chorou de desgosto? 

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Enfado

Cena persistente 
Repetição incessante
Na ânsia de consistir
Saco de carne e osso
Imagem deslumbrante
Frágil descoberta
Solução estéril

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Lady Descalça

Massacre instantâneo 
E robe rosé
Invisto calo refinado
Em severo trajeto
E porto casca de ovo
Tal qual potes chineses
Remendados com ouro

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ego

Papiro de Sol
Dá-me as cartas
As tuas cartas
Que à minha alma pertenciam.
Dá-mas. Prometo amá-las sem as abrir.

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Sem Titulo

Tresloucadamente entre

nudez e pureza

ando e habito.

Insistidamente por entre

fogueiras e peles

queixadas pela lama em
que se lavam

estou e sou.

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Sem Titulo

Teu rosto.

Teu peito.

Percorro,

penso e agito.

Tua barriga,

tua virilha.

Ando,

viajo e vibro.

Teu pelo.

Teu meio.

Piso,

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Sem Titulo

Ri de mim que

me apaixonarei mais por ti.

Ri de mim que

me apaixonarei mais por mim.

Ri e volta a rir de mim e
ensina-me assim a gostar de mim e de ti,

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Sem Titulo

Refugiada sob o suspiro da Mãe-Terra,
 surto pelo ruído do fumo citadino.
 Afogas-me impureza em
 que habito por querer.
 Afogas-me tinta preta em

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Poesias-me

Sinto-me em ti cada vez que denuncias poesia.
Sinto-me à vontade.
Como se o meu corpo no espelho se vislumbra-se e se pudesse denunciar em detalhes,
olhando-se nu.

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Sem Titulo

Quando te vir, entre vislumbres e atalhos

minusiosos de teu corpo,

é na boca que te vou beijar,

é de braços aflitos que te receberei.

Oh!

Type: 
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