MINAS
No vagar do tempo um trem de Minas atravessa estradas corta vales e montanhas cria alma torna-se pura poesia
Thais Abbês
Eras assim
Um sorriso rasgado
Uma inocência de anjo
Um abraço apertado.
Uma manhã perfumada
Um toque de céu
Uma tela pintada.
Os candeeiros perdurados
nas avenidas calcetadas de Lisboa
podem ter sido lareiras acesas.
Ficavam em brasa nos meses de Outono,
com o encurtar dos dias,
Prólogo
Ando, deambulando, perdida nos trilhos
Ando, deambulando, perdida nos trilhos,
Pisando a calçada que fizemos unidos.
Oh sol que me aqueces,
Oh lua que me iluminas,
Oh estrelas que me fortaleces
Oh vento que me embalas.
Traz de volta neste presente,
Vês, lá longe, os livros? Mordia o lápis,
Andava na rua chutando pedras.
Roeu as conversas.
Não há razão de causa.
Só há pudor demais para admiti-lo.
Escuto as ondas quebrando o silêncio,
Mas não te encontro ... Ó mar!
Ser distante, espuma batendo nas rochas,
Espelhas o infinito e revelas a liberdade
Eu vivo e sonho…
A sonhar, vou vivendo
E de amor
Também vou morrendo
Como quem sonha
Sem saber
Se as montanhas fossem artes, Interrogava me sobre quem seria o artista. Levava a vida sobre sorrisos e intervalos, Valendo no momento cada suspiro e cada estalo.
Hei princesa, Despe essa alma. Sê a mais simples fada, desta conversa perversa.
Envolve o globo,
O globo que sou eu,
Esta massa gasosa
Doentia e poderosa
De ínfimas partes constituída
Voo pelos ares fora
Sou ave de rapina
és a montanha no alto do mar e eu sou o rio que chora sem parar
és o vale de um mágico lugar e eu sou a terra que nunca te vai largar
és a esfera que não para de girar
Dissipo-me neste cansaço
que sou eu, volátil mulher
à espera de ti.
Estou cansada, amor !
Escasseiam-me forças, partem-se vontades,
Corda bamba, arlequim Máscara, véu de cetim, Pluma em queda sem fim, Sobressalto, frenesim…
(...) - Não chores , quero ver-te sorrir É chegada a minha hora Tenho mesmo de partir Por isso brilha , brilha como nunca agora
Leve anjo, teu doce olhar...
Esbelto o corpo, suaves os passos,
Desejo poder tocar,
Permanecer no abraço...
Tua boca? loucura minha!
Será frio ? Será calor ? O que sinto dentro de mim ? Será frio ? Será calor ? O que me persegue a toda a hora ? Será frio ? Será calor ?
Sou fragil..
Mas tu gostas..
Nao aceito ca apostas.
Sou simples e sincera..
Mas nao sou a cinderela…
Vivo no meu mundo encantado..
Nunca fui tua.
Nas marés em que fui e em que me vim nunca te pertenci
(também nunca me quiseste
ou se me quiseste erraste
assim como eu errei pela espuma)
PARA LÁ DO HORIZONTE
Tiro conclusões precipitadas, sou agente de descriminação
Tenho pensamentos controversos, sou duro na minha avaliação.
Não tenho palavras. Até poderia dar-se o caso de te conseguir falar das leis da física e da atracção mas não, não tenho palavras.
O meu sonho... Tão perto e tão longe Esvaiu-se e agora se esconde!
O meu sonho... Tão vivo e tão morto Desprezá-lo seria um aborto