Recolho pacientemente
as cinzas das horas,
que se acumulam friamente,
A Razão e a Emoção
viviam em eterno conflito,
sem jamais chegar
Andando pela estrada,
um coração cansado,
encontrou-se em um vale encantado.
Numa ilha deserta,
há muito tempo desabitada,
O Amor, a Felicidade e a Saudade
ali fizeram a sua morada.
O Segredo andava cansado
de tanto se manter calado.
Cada vez que a Curiosidade
O Relógio e a Imaginação,
depois de muito vagarem pelo mundo,
resolveram que era hora de parar.
Fecho os olhos
E vejo o meu pensamento,
No azul do céu,
Em mim um nascimento.
Mares, aguas agitadas
Hoje a noite não tem luar,
mas eu distingo o teu vulto
em qualquer lugar.
O fantasma da solidão
assola o meu coração.
Quando a noite cai,
eu me sinto só,
A Ideia surge de repente
e dá asas à Imaginação.
A Expressão que a tudo observa
As quatro estações
queriam se encontrar,
mas não sabiam o que fazer
para esse sonho realizar.
Nascidos de um mesmo coração,
o Afeto, a Ternura e o Amor
foram crescendo e cada qual
O Tempo vinha andando pela estrada,
sentindo-se já muito cansado,
A Imaginação andava apreensiva.
Um coração angustiado,
depois de tanto sentir dor,
foi procurar um doutor
A Ilusão estava de partida.
Nunca sentira tanta solidão como agora.
O outono se aproximava
O Amor estava apaixonado pela Noite.
Quando ela chegava e despia o seu manto,
Certa vez um Travesseiro
de tanto sonhar com o Amor,
...e quando o silencio te invadir totalmente nada melhor que sentar sozinha ... num lugar estranho...
O som abafado do quarto
escapa pela janela amarela
som cheio das pequenas sementes
entrelaçadas pelos elos de prata suja.
MAGICO
Com três toques
Sem truques
Nada na manga
Sem enganar
Com a cartola vazia
A magia vai começar
ANDORINHA
Sonho
Duas taças de Champanhe...uma toalha vermelha e nós.
SONHO
Acordei de um grande sonho Em que era uma flor Que tinha um lindo perfume E que dei ao meu amor
A rosa que te dei ao luar
Foi fácil plantar
Esta rosa para enfeitar o teu coração
Regada com o brilho do luar
E que te fez ferver de emoção
Conheces-me do país dos sonhos, dos contos de embalar, dos trilhos sombrios inundados de relento.
É tarde.
Vens calada pelos trilhos do pó.
Creio-te candeia, quando és rocha morta, pedra descarnada, pálido sudário rasgado no breu.