Cai chuva; cai de mansinho,
Não me deixes afogar...
Cai chuva, devagarinho,
Mas não me faças acordar...
Estou aqui no meu cantinho,
Caiu-lhe uma lágrima do rosto,
Tão miúdo e inocente...
Pés descalços, mente crua,
Tão feliz, oh, tão carente!
As mãos, em suor e sangue,
Como um desenho,
Ela é pureza,
Sorrindo, desmonta,
O meu coração.
Tudo, nela, é fraqueza!
E a voz? melodia
Melodia da minha canção...
Doce, quente...
Olhou-me
E eu, deixei-me enlouquecer...
Ousado, excitante,
Tocou-me!
E eu? não o soube negar...
Almas acorrentadas...
Leve anjo, teu doce olhar...
Esbelto o corpo, suaves os passos,
Desejo poder tocar,
Permanecer no abraço...
Tua boca? loucura minha!
Explode no meu peito: Amor!
Condicona toda a alma...
É uma espécie de ardor,
que me cega, que me cala!
Arrepia pele na pele,
E acorda meu desejo,