Existia uma janela. A janela tinha um parapeito com cheiro a flores e água fresca. E, à janela, vivia um homem todos os minutos dos seus dias inteiros.
«Por esta altura, a Vó Gi andaria a ver o preço das abóboras no supermercado e o Pai a desfazer as montanhas de tralha na garagem até ao caixote das coisas do natal.
Era sempre da mesma maneira, não valia a pena. Por mais que tentasse alterar fosse o que fosse acabava igual a tantas outras, sem diferenças de referencia maior.
Amélia caminha devagar entre os corredores de roupas penduradas em cabides, mudos e coloridos. Falam de sol, esplanadas, e caminhadas lentas, embaladas por um vento morno.
Era uma vez ama história de Amor presa no passado, entalada num amontoado de caixas imaginárias, onde se vai guardando momentos, e aqueles menos agradáveis trancamos a sete chaves é claro.
Estavas sentada e, sobre a mesa pequena redonda, seguravas, com as mãos, o copo alto de vinho maduro. Estavas sozinha, ao canto. Ouvias Rod Stewart pelo microfone que alguém sacudia com a voz.
De todas era ela a que mais encantava. Nunca se cansava de rodopiar ao som da música que permitia a qualquer um viajar pela terra dos sonhos e pela magia dos sentidos.
Laura não brincava com bonecas, preferia palavras. Gostava tanto de palavras que “- Um dia vou conseguir pô-las a chorar de tanto as dizer” – comentava com a irmã Carminho.
Éramos quatro à beira-mar numa ilha de bruma. Bicicletas, três canas de pesca, uma tenda e o tempo. Muito tempo e uma correria de imagens carregadas de cores primárias.
Alice mudara-se para a cidade assim que se tinha tornado maior de idade. “Tenho sonhos, sabes?”, disse aos pais, tentando justificar o porquê de se ir embora.
Daniel, depois da manhã gasta a caminhar junto à praia, foi almoçar à tasca mais próxima. Não gostava de tascas, preferia o anonimato dos centros comerciais. Mas desta vez foi até à tasca do Sr.
Era véspera de Natal. Tal como todos os anos, o Francisco ansiava pela meia-noite. Às doze badaladas era hora de abrir os presentes que se acumulavam debaixo da árvore.
Morreu uma mulher feliz. Sob o peso da sua idade, a pele já não lhe desenhava o belo rosto de outrora; antes o abafava com camadas de vida, sorrisos, tristezas e gargalhadas, mas era feliz - See more at: http://www.artelogy.com/node/add/prosa#sthash.cETGjQRK.dpuf