Já não sei quem eu sou,
Muito menos o que é a vida.
Não entendo a minha existência,
Desconheço a tranquilidade,
Nunca vi a esperança
E nunca toquei a paciência.
A alma parte, o coração deixa de bater e o corpo esfria, e o teu coração fica vazio.
E tu, és obrigada a partir também, seguir em frente ‘dizem’. Mas seguir para onde?
Depois da morte do meu pai, pouco recordo da minha mãe além do silêncio: o silêncio irrequieto do deambular pela casa vazia; o silêncio parado dos olhos envidraçados, como que irreversivelmente vir
Íngreme a descida, pesado o véu.
Crepúsculos já gastos na catábase dos dias encerram promessas de céu.
Alteiam-se ruínas na corrosão do tempo, bebem da ferrugem que o apodrece.
Num céu sem fim, escuro como o negro e cercado pela escuridão, estava ela, coberta pelo manto da dor, perdida e abandonada pelos seus sonhos e esperanças.