O Amor estava apaixonado pela Noite.
Quando ela chegava e despia o seu manto,
deixava o Amor mudo de espanto,
ao ver aquela mulher misteriosa,
que tanta beleza irradiava.
Leva-a para o seu leito
e a contemplava com tanto carinho,
que quase a sufocava.
Já não sabia mais o que fazer,
para demonstrar o quanto a amava.
Mesmo assim,
a Noite todos os dias ia embora
e deixava o Amor muito amargurado.
Os dois se amavam,
disso ninguém duvidava.
Era um amor tão belo
como nunca houvera outro igual.
O Amor se entregava a essa paixão
que consumia o seu coração.
Quão bela era a Noite,
suspirava o Amor,
quando a Noite chegava e o abraçava,
tonta de emoção.
Falavam de amor,
faziam planos,
dormiam abraçados,
caminhavam lado a lado
e o Amor ficava cada dia
mais apaixonado.
Mas a tristeza não o abandonava.
Quando acordava e não mais
encontrava a Noite ao seu lado,
soluçava amargurado
e sem saber o que fazer,
resolveu permanecer acordado,
para descobrir o que acontecia com a Noite,
quando o dia amanhecia.
E foi então que descobriu
o mistério que a envolvia.
No travesseiro ao seu lado,
apenas uma estrela solitária,
caída do manto da noite,
quando ela na madrugada
se transformara.
Débora Benvenuti
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