A Indiferença sofria de um mal
que ninguém conhecia.
Estava sempre arredia
A Saudade está de volta
e bate desesperadamente à porta.
Finjo que não há ninguém em casa,
Cansei de guardar comigo
tantos sonhos antigos.
Eu os mantinha assim guardados,
A Solidão esgueirava-se pela estrada
e procurava um lugar onde pudesse
se abrigar,antes do escurecer.
O Poema estava apaixonado pela Ilusão.
Escrevia versos e tentava conquistar seu coração.
Enquanto eu durmo,
a minha fábrica de poemas
não para de funcionar.
O Destino e o Acaso
tiveram um encontro inusitado.
Em uma curva da estrada,
O Amor sonhava acordado.
Estava apaixonado pela Felicidade.
Quanto ela passava,
Hoje eu quero estar só.
Quero ouvir o Silêncio.
- Então vamos conversar,
A Ideia percorria livremente
os caminhos que a Imaginação inventava.
O Vento soprava suavemente uma canção,
que se fazia ouvir docemente,
pelas Cinzas que se encontravam
Mais uma vez anoitece
e como sempre acontece,
lá vem o Entregador de Sonhos,
Ouço vozes...
Será um lamento?
Ou será a voz do vento
no meu pensamento...?
Um dia o Amor,
cansado de percorrer longos caminhos,
resolveu sair sozinho,
Fazia frio...muito frio.
A noite era gelada e o céu estrelado.
Em um recanto,
Os Sentimentos decidiram
escolher um representante,
que pudesse estar presente
A Mentira saiu cedo,
mal tinha clareado o dia.
Precisava de um bom motivo
para atrair a Verdade
Quando anoitece,
uma sombra aparece
na vidraça da janela.
Seu vulto se aproxima,
Por onde o Acendedor passou,
foi deixando um rastro de amor,
acendendo a chama
O Amor andava tão apaixonado
que não percebeu que o Ciúme
ficara desesperado.
O fantasma da solidão
assola o meu coração.
Quando a noite cai,
eu me sinto só,
Um Coração desiludido,
que pelo universo perambulava,
percebeu que havia errado