A Imaginação andava apreensiva.
Há muito tempo não conseguia imaginar.
Já se sentira assim um dia
e quando isso acontecia,
de nada adiantava chorar.
Seus pensamentos se confundiam
e ela não conseguia mais pensar.
Então saía a caminhar...
Seus passos a conduziam,
sempre ao mesmo lugar:
- O alto de um penhasco
onde podia a tudo observar,
até que pudesse se acalmar.
Parou um instante,
ouviu o Silêncio,
falou ao Vento,
sentou no rochedo
e começou a soluçar.
Pensou que nunca mais voltaria
a se lançar no espaço.
Suas asas estavam gastas
e a impediam de voar.
Então gritou bem alto:
- Eu quero voar...
Eu quero voar...
E o som retumbava,
trazido pelo Eco,
e ela ouvia o que ele dizia
e mal conseguia acreditar:
- Eu quero voar soava tão nítido,
que algo dentro dela
começou a despertar.
Essa voz que ela ouvia
a incentivava a voar.
Então se lançou no espaço,
abriu as suas asas
e percebeu que ainda sabia voar...
Débora Benvenuti
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