Geral

 

VELATURAS

Pintaste-me o corpo
de baixo pra cima de mim
do avesso para o mundo.

Depois regressaste sem pressa
nas duas próximas curvas
escondido em tons carmim.

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INTERIOR

INTERIOR

Somos ilhas flutuantes
neste mar de gente igual
enfrentando temporais.

Buscamos dentro de nós
a verdade assaz diferente
que nos ligue aos demais.

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JANEIRO

JANEIRO

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<3

Agarra a minha mão, é tua.
Feita de seda e continua a pedir-te em cada gesto.
Tudo é indigesto, tanta a fome que emagreço sem ti.
Peço-te o chão, o que te quero dar, a mim.

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O Paraíso

Desenhei-te e mais algumas coisas boas.

Perdi o telemóvel, só com quem estou.

Levo a mochila às costas para onde vou

e as mãos livres para todas as pessoas.

 

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Sempre.

Só há uma coisa,

e ela tem o contrário

e o complementar.

Tudo em si a contemplar!

É derivado do imaginário

que o real em nós poisa.

 

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À conquista.

Como os nossos egrégios Avós,

naveguemos nesse espelho a imaginação.

Porque tudo é mentira e verdade.

Sejamos sempre de nós saudade,

 rumo à realidade a sós,

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Vem-nos a Marte

 

 

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Veneno

a ideia escorre
lentamente

fruto do corte profundo

escorrem também
palavras que escrevo

que outrora escrevi

escorrem e
invadem a noite

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Quero ver o teu eu

eu quero sussurrar miséria
no lóbulo interior do teu eu

eu quero fazer crepitar o fogo
e voar para fora das amarras que me detêm

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Imaginação

sinto frio

frio dos teus dedos
que percorrem o meu ser

calor

suspiro

esmagas-me o corpo
como folha entre as páginas de um livro

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Chuva

abro a janela
e sinto o ar húmido

sinto o beijo
frio
na minha pele

volto a ser criança

sinto-a escorrer pela minha face

encharco-me

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Silêncio

Percebi que era no silêncio dos seus lábios 

que lia os mais belos e dolorosos poemas.

Enquanto uma lágrima cai

ao som do silêncio,

sinto a revolta das palavras

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Pros[esia]

 

1.

para-ler-debaixo-para-cima

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Vidas deste ou daquele

Perdi a visão.

Fiquei só no meu sentir,

Sócio unipessoal da minha percepção.

Olhos que não vêem nem sabem o que perdem.

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IV

- Gente que se acha gente
Gente não é
Entre corpos e mentes
Almas pouco crentes
Encontra-se muita gente
Que gente, o é.

 

Láu Oliveira

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Poesia

De tudo se faz a poesia

Desde a lata mais velha à mais bela fantasia

De tudo é feito o poema

Desde o trapo mais velho ao mais belo teorema

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A Preguiça

As paredes frias, amareladas; sujas, rabiscadas e decoradas.

Cansadas de tantas resmungadas; saudades em retratos e papéis ilustrados,

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Os Passos

Passos são estalos, compassos quebradiços;

Arrítmicas sucessões de pequenos avanços.

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Vladimir

Passam transeuntes e turistas varridos;

Passa a brisa e o olhar dos mendigos.

Passam cavalos e seu ar de martírio

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Para Sempre Perdido

Não estou perdido, só desencontrado;

Procurar-me é a sina, é tudo o que eu faço.

A manhã suave que acorda comigo

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Vida

Rendo-me à vida

Às trovoadas que nos sacodem para logo sermos encharcados de coisas novas, belas...

Todas elas de cores feitas de arco íris e de alegria.

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Medo de Viver

Tantos rostos, tantos sentimentos escondidos atrás de um sorriso tímido…

Tantos pedidos de socorro sem resposta guardados no fundo do coração na esperança de não serem lembrados!

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A marca

Saberei eu cantar o sentimento

que a todos embrulha sem razão?

 

Ficarei encarregue do vento

que trás devagar a solução,

verei se é possível estar por dentro,

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Sorte

Falo da sorte 
como se ela não soubesse.
Penso que só quer
abraçar quem se esquece.

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Hipnose

Não vejo o dia de ver o verde nas minhas mãos
E o mar nos meus olhos
Não vejo o dia de sentir o sol nos meus cabelos

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Reflexos

sou um espelho antigo

frio . vazio . sombrio

como um túmulo

sobre a lareira
domino o quarto

vejo lá fora
as flores e árvores
do teu jardim

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Salpicos

Emoções

 

A alternância de estados

Que o espirito compreende

Manifesta-se de várias formas

E quase sempre surpreende

Entre a invasão serena

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Estímulo

Tem Pessoa e Bocage.

Todas as inconsciências conscientes,

Todos os palavrões que líricos se escrevem,

Tem o que sou e outros que não sou.

 

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Guardanapo

Escrevo num guardanapo.

Foi o que encontrei para pousar a caneta roída.

Continuo na mesma. Na miséria física.

Agora, neste momento, só tenho este guardanapo.

 

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