Só eu sei, qual impulso Em mim percorreu, O levantar dos olhos Cúmplices da intimidade Da humidade, da humildade.
Não vejo o dia de ver o verde nas minhas mãos E o mar nos meus olhos Não vejo o dia de sentir o sol nos meus cabelos
Que o incubo da noite me venha... E que me sugue a alma Por entre as masmorras do meu corpo...
Os lábios carmim O cheiro a violetas Uma tristeza sombria As pétalas de rosa secas O olhar penetrante As noites de calmaria Uma chama sonora vibrante
Não vás, amor. Não vás porque te dói. Ou porque é vento que chora E lume que molha.
A casa cheira a plantas mortas E a escuro das cortinas do céu fechadas E o meu nariz dói-me desde sábado... (Hoje é sexta)...
Toma-me em teus braços, meu amor Ama-me como se o amanhã não regressasse Segreda ao ouvido de tua amada, Teu fiel eterno fervor d'alma alada.
Chá branco, amargo No âmago da minha boca Ressalta a nostalgia do passado
Chá branco, que no fundo deixas folhas E perdes a noção do saber
Há três dias que corre O sangue das veias licoroso. O fumo embala-nos Desconcentra-nos, O foco não é mais o quotidiano E a monotonia confunde-nos.
Rosas verdes vermelhas sangue. Escárnio desta Mãe Terra Carnificina de uma manhã Acordas em tempo de guerra.
Consome-me Estraga, esfrega, A tua pele na minha Arranca os olhos Com o meu olhar Descola as minhas unhas À tua dentada Ser da tua euforia
Long night and calm In the dark statements of the trees You have to carry me...
Há um corpo a menos numa cama vazia E um definhado vácuo preenchido Sinto-me em quarto crescente sem ti aqui...
As tuas mãos com cheiro branco-pérola A brisa do teu ser Sopra Espera-me
E espero-te
A tua mão invisível toca-me contorna-me
(Melancolia, que o meu tempo afaga... Melancolia, e o meu tempo se esgota)
Mergulho no teu mar E nos seios das ondas. Vejo o teu rosto, Nas areias remotas.
Ardente Vontade
Sopro De repente A chama
Descalços Sobre a calçada.
Em cima Vejo
Fogo Frio Fome.
Amor? Voraz