Emoções
A alternância de estados
Que o espirito compreende
Manifesta-se de várias formas
E quase sempre surpreende
Entre a invasão serena
E o marmoto fulminante
Inunda-se a nossa alma
Sem o uso de calmante
A reação é do instinto
É violação consentida
Se disser que é fácil, minto
Mas faz a vida sentida.
Faz parte
Hoje eu estou muito triste
Prendi cá dentro a minha alma
Está de castigo porque insiste
Em manipular-me a calma
Tirei-lhe as asas, já não voa
Pode chorar à vontade
Por muito que agora doa
Vai ficar só a saudade
É como depois de uma guerra,
Ficam marcas do sofrer
Que servem de aprendizagem
Para voltar a crescer
Já não quero
Desequilíbrio homeostático
Isso é que é a paixão
Resulta de vários fatores
O maior é a imaginação
Alimenta-se de expectativas
Criadas com base em pouco
Assenta na descoberta
Do prazer e gostar louco
Mas o tempo dá-nos verdade
O equilíbrio que o corpo busca
Esconde-se atrás da saudade
Da loucura que nos ofusca
Miopia emocional
O coração vê mal ao perto
Faltam-lhe os óculos da razão
Tudo aquilo que parece certo
Distanciando-se, às vezes não
O feio parece bonito
O banal extraordinário
O estúpido parece esperto
E o covarde temerário
É assim com a paixão
Com o amor incondicional
Vê-se o céu ao olhar para o chão
Temos idiota… é oficial.
O olhar
Foi um olhar de poucos segundos
Com um alcance dos mais profundos
Disparado com precisão
Que aprisionou o meu coração
Tentei soltá-lo, dar-lhe liberdade
Mas quis ficar de livre vontade
A intensidade daquele olhar
Com um sorriso a acompanhar
Traçou o caminho do meu olhar
E o trajeto do meu caminhar.
Dia lindo
Hoje o sol despiu o mar…
Que em vez de se envergonhar
Dançou, cantou e sonhou
E a todos nós mostrou
Que às vezes soltar a vida
Que debaixo está escondida
É desvendar o encanto
É surpreender o espanto
É ser verdade e gostar
É estar aberto e amar
Hoje o sol despiu o mar…
E isso fez-me sonhar
Guincho
Mar arrogante e determinado
Com um registo frio e salgado
Esteve perfeito na cor e na forma
Envolve e aconchega o filho que torna
Hoje foi assim que fui recebida
Na praia que é a minha preferida
No dia em que o céu permite visita
E tudo é tão bom que a alma grita
Quando a natureza mostra perfeição
Com gente gira em coligação
Fica mais fácil de acreditar
Que somos um povo capaz de mudar.
Difícil
Às vezes escrevo só por escrever
Outras escrevo para dizer
Às vezes escrevo para sentir
Outras escrevo para destruir
Às vezes escrevo para calar
Outras escrevo porque estou a amar
Mas o certo é que o escrever
Representa o esforço de fazer caber
Aquilo que sou, sinto e penso
Em poucas palavras dando-lhes senso.
Hoje não!
Há dias que são assim
cheios de impermeabilidade
não deixo entrar cá nada
nem sequer a amizade.
Não quero saber mais coisas
não quero lembrar mais nada
não quero ter mais amigos
não quero ser bajulada.
Nestes dias sou só eu
completamente saciada
estou cheia do que preciso
sou solução saturada.
Quem dá e tira...
A força da gravidade
que actua em todos nós
é muito amiga dos netos
e bruxa má p'rós avós
Aos bebés dá-lhes os estímulos
necessários para crescer
em nós actua em força
para fazer tudo descer
Condicionantes naturais
da vida no planeta terra
tudo tem um lado bom
mistérios que a vida encerra.
Respeito
Tenho a alma ao postigo
Agora que estou a escrever
Curiosa com o que digo
Sobre si e o seu saber
Gosta muito do seu recato
Tem uma certa timidez
Um pensamento pacato
Que protege com altivez
Volta p’ra dentro ó alma!
Eu respeito o teu querer
Esta minha escrita calva
Não desvenda o teu viver.
O meu clube
É o clube de reis e senhores
Honra a alma dos navegadores
Mostra a coragem na adversidade
Espelha respeito, nunca vaidade
Reúne a classe e a educação
Dum povo sereno que ama a nação
Isto é o Sporting e somos nós
De verde e branco vestimos a voz
É o clube do nosso leão
É força, é raça e é coração.
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