Tem Pessoa e Bocage.
Todas as inconsciências conscientes,
Todos os palavrões que líricos se escrevem,
Tem o que sou e outros que não sou.
Tem as águas agitadas percorridas por Gama,
Todos os ciclopes e medusas em mim monstruosos.
Tem as arábias e os orientes perdidos,
Encontrados pelos obscuros ocidentes.
Tem as memórias por outros guardadas,
Tem recordações que à vida fui buscar.
Tem os amores de uma partitura de Mozart,
As idílicas dores de viajar até vós.
Bem-vindos ao meu ilustre pensar,
Que de ilustre tem a morte
E das suas cores nasceu o arco-íris,
Pintado a pincéis de felicidade.
Do núcleo terrestre à atmosfera,
Das voltas á via Láctea e a Andrómeda,
Da evaporação à solidificação, encontrando a condensação,
Todo o fim e início é meu pensamento.
É a tristeza com Da Vinci.
É o esculpir de Rodin nos meus cupidos.
São as minhas surrealistas frustrações
Com a minha imaginação cubista.
É todo este poema, todos os seus versos pensados.
É isto e o que ficou por dizer
Porque queria mais sobre mim escrever.
Mas pensei e doeu-me, terminando onde comecei.
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