Em um tempo, que escapa à nossa memória, existiu um cãozinho vira-latas, que ficava o tempo todo no portão, latindo para as pessoas que passavam. Ele até sonhava, um dia, ser gente. Mas essas.
O céu escurece, o vazio preenche-me o corpo... Um vazio difícil de suportar. Sinto-me a perder os sentidos, num local que desconheço muito parecido com a realidade conhecida.
Prefiro o sonho, assim estou contigo.
Estás a dar-me a mão, estás comigo,
Estamos juntos, a passear no paredão,
a saborear o calor meigo, e com atenção
Voltei a ver-te, ao longe, como tem sido há muito
Não me vês mas consegues sentir-me, sem nunca me perdoares
Fomos um em tempos, loucamente nos amamos, mas eu parti...
Deixo-me levar nas correntes do sonho
Conduzindo-me ao inimaginável.
Aos quês e porquês da minh’alma.
Desprendendo-me do que me acorrenta,
Do consciente que não mente.