Continuo a perder, quem eu amo, Finjo ser forte, mas quem eu amo não tenho, Sinto-me em pó, sem dó, sem descanso,
Este mensageiro está perdido Não há mais horizonte Para quem abandonou a procura A procura do que define o indefinido Palavras de fácil escrita
Uma pele de água
pesada e interna
desmancha-se e cai
como um trapo velho
Quem sabe de ti tão longe, e eu aqui desperto na noite que, na urgência de ser noite, depressa se tornou dia
Pé ante pé, nem dei por isso, sei apenas que aconteceu
A pancada no peito, ali onde a dor, de súbito, gelada se insinua
Não julgues, nem fales,
Nunca percorrestes o meu caminho,
Não sabes os espinhos que pisei,
No teu mundo perfeitinho,
Eu sonhava com o mundo que desenhei,
Minha alma grita, mergulhada nas profundezas da dor.
Partistes, a tua revolta ficou a minha revolta.
Já não tem volta.
Vives dentro do meu coração
Paladino da razão, por que temes esta verdade em que ardo?
Perco-me.
Há algo no gracejo do vento que espirala as folhas.
Quebram-se-me os passos na calçada suja, no olhar os sonhos que para a terra deslizam como calha.
Anoiteço.
Escuto ao longe um sonho,
pensamento gritado no sopro cálido do Estio.
Longa a espera, longa a náusea,
p'lo trilho vadio que me afasta
Devagar.
Já não desejo ir
a este universo em mim
Esvazia-me.
Forte o suficiente para te deixar
Fraco demais para desejar voltar
Sorrio com lágrimas entre recordações
Vigio os teus passos cravados no solo
Ah triste geração Tão perdida, tão humilhada... Tão esquecida, tão deixada Tão cobrada, tão abandonada. ... Filhos bastardos... pais ausentes.
Silêncio
Um dia, em silêncio subirei aos céus as coisas não consentidas são assim morrerei antes de mim
Thais Abbês
QUEM ME DERA Quem me dera... não pensar em nada e nada compreender; existir sem ser, sentir sem sofrer;
O sonho é a utopia
Que me faz viver
E esquecer a vida
Que vivo sem querer
Toca-me
Tira de mim todo o prazer que puderes
Encanta-me de novo
E leva-me contigo neste sonho a dois
O sofrimento é opcional.
Sofre quem quer.
Por quem pensa merecer.
O simples facto de se amar
Até da mais vazia mente se consegue tirar inspiração
Do vazio de uma mente
Um silêncio no olhar
Que marca um penoso passado
Uma alma outrora despedaça
Fugir...
Um ato de coração
Que me benze a alma.
Este mundo está poluído pela desconfiança do Homem.
Não há justificação para a ignorância...
Um barco de Palavras
Que não tem por onde remar
Palavras fáceis de exprimir
Fáceis de expressar
Tudo é fácil!
É o egoísmo de um ir
Um outro desejo de ficar
Deixei-te
Abandonei-te
Fui tudo aquilo que jamais serias para mim
És o meu mundo o meu olhar
Pobre alma desse ser
Que vive sem se conhecer
Pobre alma desse coração
Que vive sem saber o que é a união.
Pobre e aquele que vive desconhecendo o saber do viver
Sou apenas uma alma
Afogada num mar de lágrimas
Sou a escuridão do meu passado
A luz do meu presente
A interrogação do meu futuro
É frustrante não saber,
Se há palavras a dizer.
Marcha inquieta,
Silêncio ensurdecedor,
Expressa em dor.
Dor de nada sentir
Oh belo sol poente!
Pudesse eu buscar-te
ao fundo do mar
e de ti fazer
a moldura do meu olhar.
Pudesse eu sentir-te
nesse mágico momento
Pequenas partículas coabitam em mim,
Pedaços de amor, angústia, solidão e dor.
Tudo resumido a uma faca de dois gumes, apunhalando sem fim...
Existem gotas
Que permanecem em mim,
Umas amargas e intragáveis
Que me recordam o fim,
Outras doces e intocáveis
Que me julgam assim...
Aparências...
Pudesse eu ao menos com elas terminar,
Sem deixar de com elas me preocupar
É esquisito este mundo em meu redor
Espelho reflector,
Que reflectes a minha imagem,
Absorves todo o seu ardor
Transformando-o em constante miragem
Quebrando o suspiro do horror,