O Jorge gostava de andar de comboio. Gostava muito. Gostava sempre. Gostava de se sentar à janela. Gostava de se sentar do lado do corredor. Gostava de se sentar de costas, de se sentar de frente.
Olho-te como há mil anos atrás…
Pequenez de tanto desejo.
Todo molhado,
Aproximo-me numa viagem
De barco até à lua.
Força da gravidade ou lei da atracção!
Sou o clube dos profetas, Dos poetas que ouvem de si, Das articulações, inexistências, possibilidades e a realidade como sonho. Sou o alcance, o homem teimoso que edifica a sua parábola.
Por vezes "grito-me", "bato-me", “drogo-me…”
E dizes que a pior morte é a morte pelo coração.
E lembro perfeitamente…
Mostrei-te meu bairro, meus bares, minha faculdade.
Está frio, tanto frio. Tenho várias camadas de roupa mas frio passa por elas como se nada fosse. Ele entra e entranha-se até aos ossos, torturando-os e fazendo doer o simples acto de andar.