Surrealista

 

As Almas

Humanas

mãos serpentinas

destilam tramas diagonais.

Banham-se as parcas,remam meninas

as rasas barcas, decadentinas,

cheias de lama e de animais.

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Estilhaços

Quebro-me em estilhaços

Mordo-te marfim

Rasgo-me em pedaços

 

(esquece-te de mim)

 

Estendo os finos braços

Trémulos, enfim.

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Ausência

Ausência

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Punhais

No teu viver de cometa,

ardem olhares soturnos,

gritares-doer de poeta.

Punhais da alma incompleta,

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Sacrifício

Percorres-me, fino fio, vermelho frio, morte imanente.

Pousada que estou na escada de um grito mudo exasperante,

Cindida, me tem a alma num sopro ácido, incandescente. 

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Alucidação

O lado em que definho e confluo,

não é mais que seu irmão.

Previsto que estava a razão querer matar-se,

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Acordes d´alma

Buliam os dedos nas cordas esticadas de uma viola por afinar.

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Vazio de nada

E se simplesmente me apetecesse escrever sobre absolutamente nada!? 

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Águas paradas

O rio parou.

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Canto do cisne

Era o cenário perfeito.

A praia estava deserta. Mais deserta do que é habitual para a época.

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Quando o telefone toca

A música era outra.

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saber

saberei, apenas isso
que escorre do céu
senão chuva, lágrimas
uma oração um feixe de luz
a dádiva, ao fechar dos olhos
sentir a frescura, imaginada
talvez,

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APÓCRIFOS

Em Hora Prima

O gosto pelo sol urgíu

duma esperança nascida

dentre flores e espinhos

onde outrora me escondia de deus.

 

Em luz

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Memórias de mosaico

Memórias de Mosaíco

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Mar de amor

A chuva cai...
Cai a chuva no telhado...
Telhado que abrigam homens. ..
Homens que dormem. ...
Dormem sem notar. ...
Notar o tempo passar. ...

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Elefantes Sisudos

Queria falar com elefantes. Falei.
Soprei-lhes a tromba dobrada,
Puxei-lhes as orelhas de Dumbo,
Afaguei uma e outra e uma e outra pata descalça.

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Quando-furas-o-balão-com-uma-agulha

Praguejar
Prag
Aguejar
Jar
Só me apetece
Pra
Gue
Chorar
Pra quê?
Chorar

[side notes in english on the back of a paper]

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anestesias locais, gerais, morfina e diazepam

aquele estado inerte, subconsciente, inconsciente
estupefacto
estupefaciente

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Pétalas

Rosas verdes vermelhas sangue.
Escárnio desta Mãe Terra
Carnificina de uma manhã
Acordas em tempo de guerra.

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Quimera

As tuas mãos com cheiro
branco-pérola
A brisa do teu ser
Sopra
Espera-me

E espero-te

A tua mão invisível
toca-me
contorna-me

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Perdida

Algures perdida no deserto da dor,

Por dentro da carne rasgada de lágrimas,

Esconde-se o grito mais puro de mim,

Ardendo em silêncio nas garras do céu.

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Esboço

Esboço

Bebo do colorido apertado e fluido sol brilhante.

Observo o florido nao ha ruido e a luz é constante.

Tudo faz sentido é ouvido nao é distante.

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Hóspede

Um transpirar

É um desconhecer das Ruas

 

Não me provoquem

Com um torpor de mãos vazias

Nos recantos dos precipícios

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Lua

A Lua é o centro e eu o espaço.

A retalhação da gravidade desconhecendo o amor que arde.

 

A Lua é o centro e nós o espaço.

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Caminhante

É quando é de noite que as ruas se tornam minhas

Quando não há destino nem saudade

Avanço e recebo

Escutando os passos hesitantes na terra molhada

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Colagens

Se compreendesses as roturas por onde sai a luz,

Saberias que há várias formas de encruzilhar sílabas,

E hoje um estranho decidiria o meu destino.

 

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Frequência

Transfiguro as perspectivas da minha pele

Enquanto o centro arde

de boca aberta ao vento

 

Mudei de personagem

 

As estrelas deixam-nos cegos

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O Mar

 

 

Espanta-me a estranheza

Em toques no meu corpo

E em volúveis ondas na minha espinha

 

Um fim, louco e longe

 

De olhos fechados

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O Vento acarinha quem Sonha

Incongruente transferência de ventos

que me ardem

em cima de cidades devoradas pelo alcatrão

onde só me encontro eu, no meu mais fraterno embalo

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