Perdidamente perdida,
tonteio dentro de um remoinho oco.
Num interior escorregadio e frio,
arrepia o olhar distante e tanto...
Algures perdida no deserto da dor,
por dentro da carne rasgada de lágrimas,
esconde-se o grito mais puro de mim,
ardendo em silêncio nas garras do céu.
Abre-se um mundo a meus pés,
trazendo a âncora que me amarra à tua imagem.
Estremece-me o corpo que naufraga sem te ver,
e calam-se os gritos, mudos, de querer.
Forte é a esperança neste orgulho vão que me habita.
Tosco é o sorriso rasgado nesta pálida face, que preenche de surpresa os meus pensamentos.
Carícias perdidas em sonhos desencontrados.
Lágrimas escondidas por entre sorrisos desejados.
Vislumbro o infinito perfume,
Na tua voz rouca de escuridão.
Por dentro da carne rasgada de lágrimas,
Esconde-se o grito mais puro de mim,
Ardendo em silêncio nas garras do céu.