Se compreendesses as roturas por onde sai a luz,
Saberias que há várias formas de encruzilhar sílabas,
E hoje um estranho decidiria o meu destino.
Será que nestes compassos,
Que se arrastam contaminando o ambiente,
Saberei arrasar a memória do tempo?
Ela caminhava com corvos debaixo da saia,
E uma romã no peito.
Debruçavam-se sobre os seus lábios antigas cantigas em vibrações trágicas,
E molhados os trevos a espreitavam,
Enquanto espasmos a atiravam para uma ausência.
E se eu projectasse a minha imagem
Nos contornos instintivos da paixão
Haveria a minha embriaguez levantar voo e adormecer-me?
As respostas da coragem
Escondem-se num leito de neve,
Com uma suavidade provocatória
E o meu corpo de luz arde
Em contacto com a minha morte
Mas, estou aqui também
A furtar pela janela,
E saberias que há várias formas de encruzilhar sílabas,
E hoje eu decidiria o meu destino.
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