No reflexo da luz
Que ainda não brilhou
Veio o sonho que conduz
Ao que o medo afogou
Purifica essa mágoa
Mar.
Abismo quebrado na dureza das coisas;
Arrasta-me.
Céu em espelho lançado em profundidade;
Roça-me a pele em estilhaços de noite.
Eleva-me à escuridão.
Ontem fui ver o mar. Não foi o mar que vi. Apenas uma eternidade feita e cheia de dor. A brisa quente destrói-me o coração. Tenho tantas almas dentro de mim, que não tenho espaço para tanto.
Oh belo sol poente!
Pudesse eu buscar-te
ao fundo do mar
e de ti fazer
a moldura do meu olhar.
Pudesse eu sentir-te
nesse mágico momento
De todos os livros escolhi poemas
Por que sol, por que espigas, por que pão
Porque o conforto do teu coração.
De todos os verbos escolhi dar
Ana adora nadar e ao lado da sua mãe, já nadaram pelo mundo inteiro por águas frias, águas quentes, águas calmas e outras bem mais agitadas.
Que o incubo da noite me venha... E que me sugue a alma Por entre as masmorras do meu corpo...
Escuto as ondas quebrando o silêncio,
Mas não te encontro ... Ó mar!
Ser distante, espuma batendo nas rochas,
Espelhas o infinito e revelas a liberdade
(Melancolia, que o meu tempo afaga... Melancolia, e o meu tempo se esgota)
Mergulho no teu mar E nos seios das ondas. Vejo o teu rosto, Nas areias remotas.
és a montanha no alto do mar e eu sou o rio que chora sem parar
és o vale de um mágico lugar e eu sou a terra que nunca te vai largar
és a esfera que não para de girar
Sou essa rocha onde,
tu, meu mar, me vens salgar
para depois, em nova onda,
provares o tempero.
Tenho seios esculpidos
em tuas mãos de espuma,