Despido está o diospireiro
Nuas as folhas coloridas e esguias
Na figueira esquecida
um pássaro repousa
enquanto a erva verde cresce silenciosa.
Ramadas de pereira balançam leves
Gatos passeiam entre vasos de catos e sardinheiras
Murmuram as cavacas
seus deslizes de Outono ao musgo.
E as teias de aranha
vibram com o canto das pinhas velhas .
A gosto .
O sol veio.
Num dia quase cheio.
E se me lembro,
Setembro enchia as veias das uvas na videira.
E é sexta-feira.
Quando se enchem os cestos vazios
é na farra que a parra cai como leve passarinho.
E o suor que pinga na mesa
E é forte como o sol posto
que de mansinho traz o vinho
sempre a gosto.
(( E se bem me lembro este poema foi pensado no fim de Agosto, a caminhar para Setembro num estreito passeio de uma estrada esburacada com vista para a serra da estrela))
Brilha o sol
por detrás da vidraça do Café.
Na cadeira escura escrevo
E sobre a mesa, a chávena repousa
Em revista, a vida mais ou menos famosa
se desfolha.
A porta abre e interrompe
a conversa no ecrã.
A bateria fraqueja.
No telemóvel a espera é ausência.
Parece chegar a Primavera com cheiros e cores
Talvez eu esteja atrasada para coisas tidas como importantes
Mas fico à espera,
Calmamente, de ti.
Poesia de colchão
(Ás vezes sim
Há dias não)
Vidros nos pés
Que não vejo.
Dormir é um desejo
Melhor!
Sem dor.
Fala-me no silêncio
enquanto escreves
tolos versos que sem saber
dedicas
Pensamentos leves e sem sabor
Uma lágrima talvez
ou um sorriso
Um corredor largo
e sem janelas.
Fala-me do silêncio e das coisas belas
A fúria do lume
crepita na lareira.
A mesa tosca alberga do sonho as migalhas
e da toalha que ora se estende e sacode,
sai como que à cabeceira
o livro de poemas que um outro outro escreveu
Poesia comic
Quelique! Quelique!
E a sopa ao lume é magnifique.
Um ar que se lhe dá e
_Zé, fini!
O que sobra da panela,
Faz atenção que não é prá pubela
Se for quenorre
E gostares mais de magi…
Perdoa-me e…ai me sori
A tarde finda
E ainda não sei se me encontro ou reinvento.
Sento a vontade de ir embora com a chuva que cai lá fora.
E o pingue-pingue,
pinga na tinta da caneta que ao papel se soletra
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porque gosto