Ah o azul infinito do céu,
Onde a minha alma se embriaga!
Essas nuvens cinzentas,
Por onde às vezes chora...
Braços que se estendem,
Como esses ramos negros,
No peito um frio que assenta como a geada pela manhã. As mãos ardendo irrequietas, em chama vã. E na garganta uma rouquidão que rouba a voz;
Sinfonia inacabada, Como se por maldade, A inspiração fosse sufocada, Pra não se tornar realidade! Vazia mão, No ar suspensa… Arrefecido coração,
Nos lugares cheios de ti, Por onde andaste, Onde te vi; Onde de felicidade, Me mataste, O ar tem outra suavidade! Talvez seja só saudade...
Sentes a pedra que nasce, Na lentidão das épocas que se arrastam? Os dias que escurecem, no Sol que envelhece. A eternidade é uma promessa antiga!
Estou do lado, dos que sempre acabam perdendo. Insatisfeito, eu me arrependo, E mesmo sem nada adiantar, Prefiro assim escrever o meu tormento,
Sei de um deserto branco, De uma página inteira; Lençol franco, Feito bandeira! Recordação de ti, Que não esqueci. Branco de gelo frio,
Entre o que gostarias de ser E o que és, fica um mundo, Que não te é dado ver, A não ser por vislumbres repentinos! Que te revelam o que és no fundo,