A Luz e a Beleza envenenam a imaginação. Somos traças de asas ardidas na falsa chama do luar.
Cada dia um degrau, cada patamar uma vida inteira. Profetas do absurdo, caduceadores da distância! Aqui me sento, aqui me deixo.
A rotina é um reflexo imperturbável, um palude estagnado onde nos revemos. Os dias pesam num só. Os sonhos passam, as visões ficam.
Os sonhos são para sempre
e permanecem no meu coração.
Os meus sonhos dependem de mim
para me encherem de emoção.
Vou seguir em frente,
Que difícil ser eu própria,
e não ser senão a fingida.
Sim, eu que vivo
só de viver.
Invisíveis, vêm ter comigo
as tuas mentiras.
Já o escuro vem do horizonte,
em luz perfeita e exata.
E a presença do que simplesmente existe em mim,
vem ter comigo e eu,
desnudo o meu ser de fatigado e humano
O silêncio entrou em mim,
fechou-me a boca e
roubou-me as palavras.
Apoderou-se do meu ser
e fez-me renascer.
Sou a Lua que te ilumina
que te conforta na escuridão
que te aconchega nos galhos
e te embala no coração.
Sou a Lua que abrilhanta o Sol
Os teus olhos com sabor a alecrim
cravaram em mim,
e sem pestanejarem
falaram-me de mim.
Amaram-me despida de preconceito
Passeio de conforto e alma livre,
Onde o grito de outrora adormece.
Onde viajas no tempo que te conhece tão bem.
Sabe dos recantos da tua sede e a vontade da tua vontade.
Ensaiaste a voz do meu silêncio e da natureza da noite.
Fizeste-te ouvir na madrugada vizinha do meu desespero.
Reconheci-te pelo olhar: desperto e comprometido.
De onde veio não sabes,
Não queres saber,
Não te incomoda.
Poeira que te venda os sentidos.
Pequena, incapaz,
Como tu.
Porque sorris?
Sinto-te,
Silêncio verdade.
Aquele que te leu e ditou para mim.
Conheço o tempero da vida.
Gosto da verdade do ser.
E do horizonte que não termina.
Desafio puro, insatisfeito.
Não te deixa sossegar porque exige de ti.
Não entende porque te julgas, nem te julga se tentares de novo.
Pergunto-me que dimensão é essa que te faz respirar baixinho.
Quem são eles e porque te julgam?
Porque lhes dás a tua sombra?
Escondes o que és, convictamente.
Intensidade de sentidos desenfreados do subtil.
Ama-os tanto que os desconhece. Assim o é.
É-o tão sinceramente que afasta o erro do distante e do global que não prevê.
Meu avô
Imprevisível Ser
Mente Minha
Sou...
Eu sou poeta do tempo
sem nunca o compreender,
sou a palavra e o momento
sem nunca o chegar a ser...
E cada letra que escrevo
Sou frágil, sou pequena e sou só. E tremo pensante que um dia serei pó.
É urgente escrever para que vozes entoem canções de outro mundo
para que corações se agitem e arranquem o amor de superfície como se fosse profundo
Não leves tão a peito
tudo o que dizem a teu respeito
Lembra-te que os cães ladram
E a caravana passa
E tudo o que dizem
Não passa de vã ameaça