E vejo
E vejo no vento, nas ondas,
nos rios, nos braços do mar,
e até o tempo eu vejo,
fugindo, para não te amar.
E ando.
E ando, como quem corre,
Longe de ti.
Longe de ti, eu tenho,
a vontade de te ter
de querer, de lograr ser,
aquele que te faz viver.
Quero teu odor sentir
Naufraguei.
Naufraguei não sei onde
não sei como, nem porquê.
Meu barco, perdi-o algures
no vai e vem da maré.
E as águas tão violentas,
E quando vires
nos sonhos de alguém,
a ternura do teu olhar...
Avança, e procura...
Fazer sentir.
Fazer nascer.
Fazer crescer.
Dediquei...
Dediquei o meu amor
às ondas da nostalgia,
apliquei-o nas letras
dos poemas que escrevia.
E sempre que lá passava
Sou...
Eu sou poeta do tempo
sem nunca o compreender,
sou a palavra e o momento
sem nunca o chegar a ser...
E cada letra que escrevo
E todo o poema que escrevo,
é natural, é sentido.
Pois vivo a força, o medo,
choro de novo perdido.
E penso...
Penso no gosto do sonho,
Escrevo.
Enquanto escrevo...
Eu sofro,
eu choro,
eu sinto.
Sinto, na textura do papel.
Choro, no escorrer da tinta.
Sofro, no secar da letra.