Geral

 

(Narr)ação do Eu

Estranho estes ossos
mascarados de fartura,
onde habito.
O espelho reflete-me
mas os olhos não crêem.
A alma boceja, um enfado
preso aos afagos da alma

Género: 
 

Corpo

Corpo sem viço, que navega

num olhar arrítmico de emoções

que se dissipam

uando a noite principia.

E a vida, difusa, de olhar adiado e preso

Género: 
 

Incerteza

Fio condutor do infinito

Sinto-me paralelo

Distancio-me com um grito

                                            propulsor

Género: 
 

O amor – do suave amanhecer à morte da luz

Ergue-se o suave amanhecer

Floresce a mais bela flor

 

Cintilo suavemente embalado pelo seu cheiro

Sinto nas minhas pétalas as suas

Género: 
 

Sublimação

A luz do Sol

Envolve ternamente

                           o verde

                            o azul

                             o vermelho

 

Género: 
 

Para te ter

para te ter
pensei um dia
mudar os hábitos
e a alegria
a forma de ser e estar
desobedecer-me sem pensar

Género: 
 

Sem palavras

Lê-me na entrelinhas,
nas palavras mudas do meu respirar.
Decifra-me nas cores dos meus olhos,
no ritmo das minhas passadas.
Lê-me nas letras que não profiro,

Género: 
 

Lê-me

Lê-me na entrelinhas,
nas palavras mudas do meu respirar.
Decifra-me nas cores dos meus olhos,
no ritmo das minhas passadas.
Lê-me nas letras que não profiro,

Género: 
 

Lugares

Há em cada lugar
um lugar para cada um 
e um para todos.
Todos no tal lugar,
vago para qualquer um,
vago por qualquer um,
por um, vago para todos.

Género: 
 

Metamorfose

Qual borboleta ao sair do casulo,
estico as asas, quero traçar meu rumo.
Mas suspiro, imóvel e exaurida.

Género: 
 

Flores de prata

Meu pensamento tece imagens de alegria.
Memórias vagas vão sendo esquecidas
enquanto rostos se sucedem, um após o outro.

Género: 
 

Inércia

Meu corpo na madrugada
jaz entregue e inerte ao orvalho dos lençóis.
Em silêncio, procuro o sono.
Os sons da rua não se atrevem
a multiplicar meus anseios.

Género: 
 

Sombras

As sombras do passado, conheço-as todas
Silhuetas escuras, paixões descabidas; padeço.
Invadem-me ideias insanas; esmoreço.

Género: 
 

Borboleta em fragmentos

 

Sou mulher borboleta em fragmentos.
Decidida, parto brusca em voo incerto.
Minhas asas enfrentam a ira dos ventos.

Género: 
 

Baús de marfim

 

Choro, mas meu lamento não é sinal de fraqueza.
É o transbordar de minh'alma
em um momento de extrema tristeza.

Género: 
 

Pode um imortal morrer de amor?

pode um imortal
morrer de amor?
e viver
nas palavras intemporais?

mesclemos pois,
vida e morte
e na dualidade
tornemo-nos unos
por amor

Género: 
 

O Poder!

convida
alucina
insinua
cativa
corrompe
escraviza
corrói
consome
domina
enfraquece
humilha
e MATA!

Género: 
 

Lírios Pretos

lírios pretos
giram em torno de mim
esculpindo um código
com a sua dança inebriante.

Género: 
 

001

na cadeira do velho relvado,
chá com sol,
leituras de romance em romance.

até o sol cair como uma moeda na fenda da terra.

lembra-me o verão
pirâmide de luz

Género: 
 

Bonequinha de Vidro

Bonequinha de vidro

 

Bonequinha de vidro, Frágil e delicada,

De corpo hirto, gelada e embelezada

Rodopia vezes sem conta,

Género: 
 

Um Anjo Caiu

Um anjo caiu

Caiu entorpecido pelo pecado

Caiu quando para ele sorriu

E com ele caiu

Seu coração quebrado

Pedaço a pedaço

Género: 
 

Sombra da Minha Sombra

 

Por vezes deixo-me divagar

Procurando encontrar

A sombra da minha sombra

Alguma vez sem chorar.

Negra ela é

Negra ela se esconde

Género: 
 

Susurro

Ouço o som do silêncio

Agitado por ouvir de si

O barulho do nada

Que grita enlouquecido

Sussurrando-me no ouvido

Sussurra-me no meio de um grito

Género: 
 

Coração Inconsequente

Melodias de notas soltas,

Lágrimas silenciosas

Em sorrisos, envoltas!

Cabelos amarrados ao vento

E um tic-tac mudo do tempo…

Reflexo bacento

Género: 
 

Amores Inanimados

Existem sentimentos,

Melodias de momentos

 Que acalentam pensamentos,

Através de palavras

Em forma de acessórios….

Em cemitérios

De emoções

Género: 
 

Mundo do avesso

É fundamental, encontrar o mundo do avesso

Para conseguirmos enfrentar os medos

Viajar nas possibilidades do tempo

Estar pronto a partir, sem destino marcado.

 

Género: 
 

Tempo

No tempo que é mito

Sem rosto nem idade

Permanece e se escreve

Com nome de eternidade.

 

Era cedo, era tarde

O tempo depende do tempo,

Género: 
 

Diz-me

Diz-me que sim, estás aqui

Para mim sempre

Vou ser a única

Que brilha para ti.

 

Como o sol da manhã

Serei a tua primavera

Género: 
 

Viver

Viver a cada amanhecer

A certeza de saber,

Quanto vale um olhar

Ao despertar.

 

Vale a força de viver

Arrancar sorrisos

Escondidos, pela dor

Género: 
 

Palavras

As palavras sentidas

Na alma vividas

Saem em brasas

No palco da vida.

 

Versos contados

Em resmas de aventuras

Poesia de vida

Género: 
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