O Tempo vinha andando pela estrada,
sentindo-se já muito cansado,
Sonhei e aconteceu!
Guardei teu semblante e teu sorriso em minha mente,
O tempo rasteja, caminha, dança e voa, não necessariamente por esta ordem, num frenesim desenfreado e enigmático.
De todos os livros escolhi poemas
Por que sol, por que espigas, por que pão
Porque o conforto do teu coração.
De todos os verbos escolhi dar
Não vás, amor. Não vás porque te dói. Ou porque é vento que chora E lume que molha.
o tempo escorre pelas pedras amolecidas do riacho os ponteiros desaguam num precipício com o relógio parado neste período tão restrito
De pensar que pensar não pode ajudar Pensei muito e quis não pensar Pensei que se não pensasse podia esquecer, Que o tempo me podia apoiar,
Vestígios de caminhos escondidos, Tapados por capim acrescido Que cresceu com o tempo E com o tempo ficou esquecido.
Sabes do que tenho mais medo? Do tempo. Não sei se alguma vez te deste conta mas o tempo não é apenas esta condição pertinaz da vida, sempre indiferente a nós, aos nossos sonhos ou vontades. Não.