Na estrada da vida,
Onde o trânsito é agitado,
Onde todo o mundo é apressado,
Eu viajo sempre lentamente
Como se fosse um aleijado
Ou um deficiente
Extremamente doente.
Na estrada da vida
Cada dia é diferente
Às vezes, quase todos iguais.
A cada mês nasce gente
Como fruto de certos casais
E também de não-casais.
Na estrada da vida
Mulheres servem de atropelos
E as bonitas; grandes acidentes:
Damas lindas dos cabelos
Aos perfeitos brancos dentes.
Através delas o trânsito se agita
E o semáforo perde o seu valor
Porque com qualquer dama bonita
Até o mais nobre choca no amor.
Na estrada da vida
Cada dia tem um atropelado
Que não aguenta a batida.
Na enorme estrada da vida
Quase todo o mundo transpira
O calor da apreciada mentira
E poucos são os fiéis da verdade.
Enfim, na estrada da vida
Há sempre muita novidade
De manhã, de noite e de tarde.
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