Maria Helena Costa da Silva Botelho

Não sei o que dizer

Se agonia, se esplendor

Apago a vida em mim

E em ti renasço sem dor.

O que o teu singelo rosto desenha

Sonhos sombrios como a minha dor,

Dei a vida que o meu ventre carregou

De sonhos imensos beijei a tua alma

E a vida de mim te arrebatou

Gélidos ventos teu rosto fustigaram

Terra Mãe

De seu filho enamorada,

Esfusiantes voos de liberdade

Ansiosas asas que desejo desbravar,

Imenso mar por desvendar

E nesta folha em branco me escrevo sem pudor

Caminhos percorridos e por mim não desbravados

Desmedidas ânsias em me perder

E a vida em mim a não acontecer,

Quisera encontrar-te

Mas apenas encontrei o sabor amargo da tua ausência,

Quisera desencontrar-te

Mas apenas desencontrei a ambígua voz da razão

Levantei-me suavemente,

Quase sem dar por mim iniciei a minha jornada

Com os pés assentes na terra e o olhar pregado no céu