Tristeza e a sombra que assombra meu silêncio Silencio perturbador que cansa minha existência Tristeza não é o que vivo, triste é meu ofício
Aparece do nada uma escrita no céu, Não sabendo da mão de quem é a escrita. Por cima da terra rasgou o véu, Deus abençoou, seja quem procura avulta.
No mais profundo tédio, Morra a ganancia e rancor De um mundo sólido e egoísta. No mais profundo medo e dor, Morra um infinito de tédio.
Quisera eu adormecer Nesta minha cama fria. Faço um pedido sincero Volta a mim, alegria!
Do princípio ao fim Desta nossa vida Andamos todos assim Com a vista iludida.
Não entendo…
Que pretendo?
O que sou…
Pra onde vou?
Donde vim…
Para que fim?
Será certo…
Estarei perto?
Ou me afasto…
Do nefasto?
Lá do céu caem folhas ressequidas,
Não é outono, mas o fim deste verão.
E ao pensar nas minhas coisas já vividas,
Fico triste… a rir de mim…sou solidão!!!
Vendavais de silêncios…
Lucidez
Lancinante,
Desespero
Que urge
Na verdade
Que surge,
Fica imenso
O instante.
E calo-me...
em silêncio
fico inerte,
só as memórias
me assaltam
desordenadas
sem nexo
dou comigo
perplexo
deste tanto
Talvez e só talvez
Não haja no universo
Sentimento mais profundo
Do que este
Solidão interior
Aquela solidão da alma.
A constatação fria
O som dos teus passos
Ainda ecoam
No silêncio vazio
da noite
E eu continuo a ouvir esse mesmo som
Cada vez que observo a rua
Da janela do meu quarto
Os sonhos não voam
quando brinco no terraço
em ondulações saudosas da maresia.
Eles estendem-se em mantas sujas
que saem das paredes,
para seem livres
O amor voltou a fugir de mim E o tempo já se aproxima do fim
A dor tomou conta do meu coração Á minha volta já só vejo destruição Na loucura desta paixão
Minhas lágrimas choram Pelo verbo amar Nos amores que já foram Me deixaram a chorar
Quero amar Mas não sou amado
Eu não queria mais sofrer Mas o amor teima em não me deixar viver
Vivo a amar O amor que me faz sofredor Vida que não me deixa alcançar
Estou cansada Eternamente cansada Cansam-me as manhãs e as noites, cansam-me até os fins de tarde. Estou cansada Cansam-me as músicas e a chuva
Dói-me o hoje, indefinido Feito espuma volátil, Trilho de um casco partido.
O palhaço da roulote emagrecida,
na porta de entrada está crucificado o número vinte e três,
sem vizinhos para conversar,
o palhaço morre em pedacinhos...
Imaculada...esfera que gira em torno do quadrado do meu peito.
Este poço impávido com janelas para a morte,
um telhado de vidro que lhe esconde as feridas em falsas palavras,
o poema morto, o poeta de braços cruzados...
Encurvado,
o maligno cansaço entre as montanhas da dor,
lá longe o rio embalsamado procurando o luar,
desce a nuvem do sofrimento sobre a madrugada,
Esta noite tive um sonho .
Como pintar a madrugada Com tinta, pincel e água? Pior é pintar a mágoa De tão triste que ela é Essa, eu a conheço É nela que tropeço Em cada começo de dia
Cai chuva; cai de mansinho,
Não me deixes afogar...
Cai chuva, devagarinho,
Mas não me faças acordar...
Estou aqui no meu cantinho,
A minha vida é vazia É escura Tem dias e noites que psicologicamente Sofro de tortura.
As noites são a solidão das casas Os dias a lamentação da terra Não há vento que passe Tudo é murmúrio de fantasmas Tudo é frio desde que nasce
Talvez morra Sem dizer o teu nome Fantástico
As coisas vivas Que perdi
Talvez morra Para não amar Nunca mais
Lembrei-me um dia De entregar meu coração Com os carinhos que ele me dava Aumentou minha paixão !
Passeio sozinha na escuridão E um vazio atravessa meu peito Sonhava eu um dia Ter um amor perfeito .