Não estou perdido, só desencontrado;
Procurar-me é a sina, é tudo o que eu faço.
A manhã suave que acorda comigo
Rendo-me à vida
Às trovoadas que nos sacodem para logo sermos encharcados de coisas novas, belas...
Todas elas de cores feitas de arco íris e de alegria.
Tantos rostos, tantos sentimentos escondidos atrás de um sorriso tímido…
Tantos pedidos de socorro sem resposta guardados no fundo do coração na esperança de não serem lembrados!
Saberei eu cantar o sentimento
que a todos embrulha sem razão?
Ficarei encarregue do vento
que trás devagar a solução,
verei se é possível estar por dentro,
Falo da sorte como se ela não soubesse. Penso que só quer abraçar quem se esquece.
Não vejo o dia de ver o verde nas minhas mãos E o mar nos meus olhos Não vejo o dia de sentir o sol nos meus cabelos
sou um espelho antigo
frio . vazio . sombrio
como um túmulo
sobre a lareira domino o quarto
vejo lá fora as flores e árvores do teu jardim
Emoções
A alternância de estados
Que o espirito compreende
Manifesta-se de várias formas
E quase sempre surpreende
Entre a invasão serena
Tem Pessoa e Bocage.
Todas as inconsciências conscientes,
Todos os palavrões que líricos se escrevem,
Tem o que sou e outros que não sou.
Escrevo num guardanapo.
Foi o que encontrei para pousar a caneta roída.
Continuo na mesma. Na miséria física.
Agora, neste momento, só tenho este guardanapo.
Quando a alma se revê em movimentos de tinta sobre o papel...
É desta vontade de ser dia, que se levanta a noite escura,
Que se levanta devagar, muito devagar, devagarinho…
E a luz que ia amanhecer devagar, muito devagar, devagarinho,
É importante sonhar cansado,não cansado de sonhar,
No descanso que dou á vida,
Volto á vida devagar…
É importante sonhar cansado,
Cansado de tanto penar,
Não tenho clube político, religião futebolística nem partido religioso. Espero que isso faça de mim um ser humano.
Bem-aventurados aqueles ateus,
Que pela sua ignorância ajudam.
A promover a religião.
Louvados sejam eles em nome
Da suprema Estupidez.
Sombra,
Coisas de areias e ventos.
Sons,
Melodias indefinidas,
Algo de lamentos.
E um rio,
Que…
Não encontra o caminho do mar.
Mais ou menos,
Existem os limites e,
A perfeita loucura.
Mais ou menos.
A perfeição irreal,
Imaginária.
De um tempo caduco.
Meus filhos:
Já vos escutei.
Desagrada-me a utilização deste meio demoníaco para Me transmitirem as dúvidas nos vossos corações.
Não vos bastava a oração?
Palhaços, meus irmãos:
E somos a escória?
Os patetas?
Os palermas que ninguém quer falar?
Os criadores de sonhos, injustamente acusados?
A nossa única culpa foi ensinarmos a sonhar.
Baleai-vos uns aos outros no fim, não peçam milagres mal de vós a dor dos dias causa-me ciática mal de mim.
Pego nos dedos o junco que fui entre palavras meu corpo velará.
Deus fala muitas línguas eu falo somente as que descodifico com o coração.
Como não há silêncio que repouse na boca deixará de falar, em mim, a língua da saudade.
Nome: Saudade Idade: Todo o tempo que cabe num coração Morada: Quase Deus Emprego: Colector de memórias Fobia: Alzheimer
Uma chávena de fé um lombo assado a dúvida: - para onde ir quando o corpo não nos quer? meditemos assim seja como numa descoberta
Ardente Vontade
Sopro De repente A chama
Descalços Sobre a calçada.
Em cima Vejo
Fogo Frio Fome.
Amor? Voraz
Passeias na sinceridade da vida, com a clandestinidade que te é reconhecida. Selvagem ou timída, sabes sempre ser revivida.
Amanheces, fresca e pura
no incolor da loucura.
Trespassada de luz,
amarececida pelo sol, enterneces.
Invadida de passos e contra-passos
importados e doentios
Estas lembranças
de algo quase infinitamente louco.
Esta inquietação permanente
esta busca constante do passado
e um medo de perda no futuro.