Geral

 

aberto entre rumores assim escrevo

aberto entre rumores assim escrevo

como o vento no chão da terra

para ampliar a órbita das folhas

apreendidas ao silêncio pelo mar

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as palavras que estrela no interior da água

as sobressalta? que afectos recolhem sobre a respiração

as palavras que estrela no interior da água

do vento? Uma lâmpada presa ao coração dos dedos

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às vezes sinto as palavras como se crescessem

às vezes sinto as palavras como se crescessem

para dentro de uma estrela

e procuro então abrir a hora

dos meus signos sob uma esfera de água

 

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entre palavras esplendidas nos nervos do mar

entre palavras esplendidas nos nervos do mar

o caminho da audácia rebenta na erva dos olhos

com as suas aves internas coincidentes

nos anéis redondos da luz

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no íntimo

 

no íntimo

do fruto que o verão amadureceu

entre os barcos da terra

como uma espiral de rostos

na inexorável  idade do silêncio

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no dia

no dia

em que a palavra olhar a terra

com o vento líquido das notícias

e descobrir um rosto

onde apreender por barcos

e estrelas

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a diástole das palavras acende-se como uma hélice oblíqua

a diástole das palavras acende-se como uma hélice oblíqua

tão rara como o ouro vem ao encontro de algumas aves

articuladas entre o tempo e a vida

onde espero um dia

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escrevo porque quero uma idade azul sobre os olhos

escrevo porque quero uma idade azul sobre os olhos

neste jogo de fotografias circulares

vou pela matéria desarrumada entre o coração e o sol

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afirmar a música como rendas cantáveis de um olhar

afirmar a música como rendas cantáveis de um olhar

é um afecto que se respira aos poucos no poema

palavras de despertar a terra para que a utopia cresça

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Dia 20

Eu não tenho raiva,
Tenho cansaço.

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O Senhor Silva Na Insónia Da Noite

Hoje o Senhor Silva fuma as nuvens
Com o cachimbo pensativo
De poemas anteriores
Pois tal como já referido
A noite para o Senhor Silva
É uma enorme insónia.

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O Senhor Silva

De manhã o Senhor Silva pendura as meias
De manhã o Senhor Silva lava os dentes
De manhã o Senhor Silva fecha a porta
De manhã o Senhor Silva não sai.

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Há quem nada possa

Um medo - natural como a sede -
Cresce. Seca a garganta
Da mesma maneira que querer água.

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Rótulo

Estou aqui impresso
(Preferia estar pintado)
Depositado feito verso
Lido como mais um traço

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Casulo

 
 
Já não sei o que digo,
O que faço,
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Postura combativa

De tudo ficou um pouco.
As rosas brancas enforcadas pelo azul que traduz a vossa ausência
O sol que bate mas não entra
A falsa grinalda de falsas vivências

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Solidão a dois

 
 
Sentir solidão
não é estar sozinho,
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Virtude gratificada

Por vontades assumidas,
Ou escolhidas,
Se criou o seio do Bem,
Onde o amor é mais valioso que sangue
E não há permanência naquele que se zangue.

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Anventura quotidiana

A um passo de distância do imprevisto
Dos dotes e surpresas que a vida traz.
Porque basta apenas um passo,
Para sair do conforto que visto,
E explorar o mundo,

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Re(Encontros)

Força que nos empurra sob acção do invisível,
Proporcionando eventos quotidianos.
Ninguém adivinha o que recebe,
Quanto mais o tanto que damos!

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Viagem aos recantos

Deixo-me levar nas correntes do sonho
Conduzindo-me ao inimaginável.
Aos quês e porquês da minh’alma.
Desprendendo-me do que me acorrenta,
Do consciente que não mente.

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Caminhos

Ò vida,
Minha viagem encoberta,
De sete tesouros escondidos
Permite-me a sua descoberta
Entre os mortos e os vivos.
Que as luzes iluminem o caminho

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Refúgio

Outro começo e a mesma continuidade.
Outra vida e a mesma saudade.
A mesma esperança,
A mesma memória que dança,
Para animar a outra existência que permanece,

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Cenário de Cinema

Uma cabana pequenina

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ENFINS!

Enfins

 

 

...encontramos

a alma das palavras

neste espaço de nós

por entre o fumo

dos nosoos cigarros...

enfim infinito, perdido

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Nos degraus da tua ausência

Nos degraus
da tua ausência
existem passos
que povoam
a memória
de ti, de mim. 
Aqui.

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CASA AZUL

 

 

Quem na rua, parou e viu,
de costas, uma casa azul (celeste), quem a viu
ao sonhar ...
sem portas e janelas,
muito linda de se olhar.

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Turva Solidão

O céu rebenta azul no cimento

Gravidade contorcendo realidade

Sonhos de uma noite algoz

Cruel suave tinto vinho

Drogas de estranha piedade

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Um Outro Lado na Simplicidade

Um dia brilhante, mas a noite cai cedo.

Na cama deitado, fumo e percebo:

Os animais voltaram.

Lá fora rugem, gritam e sopram.

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