Enfins
...encontramos
a alma das palavras
neste espaço de nós
por entre o fumo
dos nosoos cigarros...
enfim infinito, perdido
Sou português, de Alenquer, neto do poeta popular Sebastião Isidro da Silva, cedo acordei para a poesia para a qual vivo intensamente. Vivi a vida demasiado bem! Sou velho e farto de dias! Casei em segundas núpcias com a brasileira Laíza Bittencourt e passei a viver em Natal, Rio Grande do Norte, no Brasil.
É um português de gema e orgulha-se disso! Nasceu numa freguesia (AdeiaGavinha) do Conselho e Alenquer (pequena cidade do Distrito de Lisboa) – onde tudo é pequeno, até o autor - é neto de um poeta popular, o velho Sebastião Isidro da Silva, que fazia as delícias dos utentes dos transportes públicos com os seus poemas a propósito disto e daquilo, que riam a bom rir das suas palavras muitas vezes irônicas e acutilantes! Começou a escrever por volta dos meus 16 anos e as obras - se assim pudessem ser chamadas - (Morte de um Leão – um conto feito a uma pretensa caçada a tal bicho e 102 poemas de amor) foram queimados em praça publica, como um auto de fé, pois sua mãe não queria de forma alguma que, na família, houvesse sequer um só poeta! E até afirmava que tal traste não ganharia um tostão sequer! O tempo passou e livre da tutela paternal e alguns anos depois recomeçou e achou que de facto a sua velha tinha razão, um poeta morre de fome na sua terra. Outras ainda foram perdidas, numa pasta, na paragem do ônibus. Enfim, todo o seu acervo, da altura, desapareceu, quer chamuscadas, quer perdidas! Por amor aos meus poemas foi morrendo sim mas devagar. Se são válidos ou não o leitor dirá de sua justiça!