Silêncio A cor do silêncio A boca do silêncio Sim, o silêncio tem uma boca Uma boca que fala para dentro Que fabrica palavras em forma de desenhos
Faz mau tempo...
Há dilúvios, intempéries, vendavais
no irromper da madrugada sempre nova
em que há resquícios de outros temporais.
Largar tudo.
Largar-me tudo.
Largar-me de tudo.
Reflectindo, talvez ingresse
[Conhecida de ninguém]
Numa evasão de mim
Como não acontece.
Por mais que a hora seja calma, que se fartem de correr as crianças no desmorrer de tudo o que é breve (e surge!), não haverá incompletude
As asas de Ícaro derreteram o Sol
que pingou fogo em cima delas
e as derreteu.
O sangue turva-lhe os olhos e as asas vermelho-vivo flagelam o ar,
Revivo uma tristeza nova que nunca foi de agora ou de outro tempo
como se doirasse com uma presença já vaidosa de ter crescido,
recuperado (d)a infância que nunca foi.
Despido está o diospireiro
Nuas as folhas coloridas e esguias
Na figueira esquecida
um pássaro repousa
enquanto a erva verde cresce silenciosa.
Quando um homem deseja uma mulher,
A inspiração me acompanha desde os tempos de menina. Quando minha mãe saía eu resolvia trocar os móveis e os quadros de lugar.
dolores love
dolo dolores dove
louve dolores dores
doce dolores dolo
love dolores louve
love dolores dove
dolores louvre
Quando é que eu me caso?
Perguntava Dora.
Pergunte à São João,
respondia eu,
O ECO MUDO
De repente voou
Não é mais casulo
Não é mais terra
Não é mais chão
São asas que enfeitam o coração
Melodias que enfeitam a canção
À minha frente..., teu retrato...
Olhando-o sem mágoas...
Sem dor, não me retrato...