Floresta
Espessura aveludada Verde concentrado Cinzel em serrilha perfumada e nebulosa…
Maria José Fontes
Orvalhada
Natureza introvertida Mostrando seiva guardada Na frescura de cada manhã.
PARA ONDE?...
A todos os que perderam um ente querido
Despido está o diospireiro
Nuas as folhas coloridas e esguias
Na figueira esquecida
um pássaro repousa
enquanto a erva verde cresce silenciosa.
Verdes verdinhos verdões
amarelos amarelinhos marrons
azuis azuizinhos céus
Tão longe de mim, porém, não escapa à minha apreciação. Vejo-o em múltiplas tonalidades de verde contrastando com o céu azul.
Submerge a superfície do tempo
Em que tuda muda e nada rege
Ao flutuar nesse rio sem alento
Cobre a terra e lava o coração
Porque senão ela ainda berra
Corre depressa para outro lugar
Peça que morre por viver
E diz assim a alagar
A minha fonte de sofrer
Porque agora essa corrente já a levou
Tremo com a virgindade
De uma pétala que toca o ar
Pela primeira vez
Arrasto-me em sinceridade
De uma sorte que insiste em voar
Rasgando a ansiedade
Brota a imaginação para fora
Acabou o tempo de hibernar
Essa sensação que chora
Essa intenção de amar
Aquele renascer do sorriso
Observa o mundo através do olho de um malmequer,
vê a alegria escondida no despertar
de um campo de flores amarelas.
Aquele sol que bem te quer,
a partilha ao chão atirada renova a união. sempre na delicada memória o meu coração. se tarde levanta a tempestade no horizonte emoção.