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De repente me veio à memória uma lembrança dos meus tempos de adolescente, quando namorar era algo proibido e só se namorava trocando bilhetinhos. Como precisávamos ser cuidadosos para que nossos pais não descobrissem, era sempre algum amigo que servia de cupido. Lembro-me de que queria muito conversar com um menino de quem eu gostava. Um dia ele me enviou um bilhete que dizia mais ou menos assim: Podemos nos encontrar. Eu pensei com os meus botões: é claro que podemos e fiquei aguardando um novo bilhete com o local do encontro. Só que esse bilhete nunca chegou. Tempos mais tarde, analisando o bilhete percebi que ele havia esquecido o ponto de interrogação. Deveria ter dito assim: Podemos nos encontrar? Claro que sim, eu teria dito, mas como não respondi nada, ele pensou que eu não queria vê-lo. Tudo por causa de uma interrogação que ele esqueceu de colocar!
Débora Benvenuti
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