Residiu em mim um amor que me elevou aos céus era eu filha de Vénus e tu o meu pecado mortal.
No segundo em que te comecei a amar minha casa se dividiu, meus pés aterraram no céus e meu percurso desde então foi sempre até ti, meus passos avistavam-se da terra, tal quadro que pintei com a dança da felicidade. Nossa cama era feita de nuvens e o meu amor por ti uma obra... Inacabada!
Sopraste-me com desapontamento e aterrei bruscamente na terra, afinal nossos tetos eram diferentes. Eu estava entre os deuses da luz e tu.... gélido com o passar do tempo nunca soube de quem eras filho. Sei sim, contar quantas feridas me abriste e ver em mim o teu quadro de cicatrizes.
Se meu amor era poesia o teu era granito. Um grande e selvagem bloco de granito; pedra fria, sem forma, assim era o teu coração, rugoso.
A cada aproximação minha pele cortara-se nesse teu amor deformado, a cada nova lágrima mais longe do Olimpo me encontrava, nunca mais vi os deuses nem fui perfumada com a luz, nossa cama passou a ser feita de espinhos e todos os passos que dei até ti também me transformaram.
O meu coração.
Talvez fosses filho de Medusa.
Sangue frio. Coração de pedra.
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