Português
Quando a prata cintilante rasga a penumbra
E suas manchas silhuetam o coelho selênico
- padroeiro supremo das causas etílicas -,
O ritual, cá embaixo, na cachola reslumbra.
Na Baixa ou na Alta, na Ribeira ou no beco,
Estilhaçamos palavras em rajada e bravata;
Orações seculares em goles secos permutam;
Vagueamos em prosa, um mineiro e um tcheco.
Consumimos ruelas e defloramos garrafas;
Deixamos um rasto de poesia acrata
E afogamos no álcool as vigências amorfas;
Esmiuçamos quimeras da esfera que translada
E que gira sob os auspícios da nossa embriaguez;
E depravamos olivas com dissimulada lucidez.
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