Português
Agarrada às coordenadas da sua dor de amante
olhava as ondas a imitarem-se,
como se espreitasse por dentro
de uma janela esquecida, a querer luz.
O momento, inocente,
assistiu mudo, mas não ligou.
O vento passava-nos a cara a ferro,
e entrava, por debaixo das portas
que abrimos um ao outro.
E a manhã seguinte era sempre infinita.
Os ferros quentes espetavam-se, devagar,
no remorso do meu corpo
que gritava mais alto do que todos
os coros do mundo.
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