Português
A mesma aurora que nasce em céu já nítido
E faz avivarem-se as bocas sonolentas
Faz brotar, sem a devida licença
As mágoas que carregam os olhares oprimidos
A marcha caminha para o que a desalenta
Sem perceber o escorrer do sangue da carne
E na ilusão de que aquilo a deveras sustenta
Negligencia a flor que no peito arde
Ó! Quão desordeiras são essas mentes miúdas
Que na ignorância da sombria dor aguda
Não vê que cavas com a míngua o próprio abismo
E, no dia em que levantarem-se, estarão inertes
Triturados pela fome imensurável dos vermes
E enxergarão, já tarde, o próprio estrabismo.
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