Vi uma caixa de cartão, vazia.
Estava ali a caixa, perdida sem preço
esquecida, a beira do lixo
e o miúdo que por ali passou
para ele aquela era uma caixa de magia
imaginou brincadeiras á sua medida:
um fato de robô, um castelo para vida
ser rei do seu império dentro daquela... caixa vazia
uma caixa de mistério, imaginou como seria...
de dia, ser capitão de um barco de cartão e navegar no alto mar,
á noite, chegar a marte numa nave espacial
na mesma caixa sem sair do seu quintal
Enquanto no banco do jardim,
um velho mendigo que mendigava o mundo sem sequer poder falar.
Dizem que quando era miúdo tinha um belo cantar
e que ficou mudo lá numa tragédia da guerra do ultramar.
Viu o miúdo a sorrir levando a sua cama para dormir
o seu caixão de cartão para quando partisse
La estava o miúdo com um brilho no sorriso
Roubando a caixa de cartão á beira do caixote do lixo.
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