Trocaste-me os hemisférios e já não sei do meu Norte. Cruzaste o meridiano dos meus sentidos ao ponto de deixares baralhados os meus pólos. Magnetizas-me de tal maneira que todos os meus movimentos são na tua direcção e no sentido do teu desejo que não é mais do que o meu desejo. Enlouqueces-me tanto a Sul quanto a Norte, de dia como de noite, porque me vendaste para que não conhecesse o tempo. E eu não quero o tempo que me limita, eu só quero o instante perpétuo de ser tua bússola, de te guiar por caminhos em que te queres perder, para te encontrar nos triângulos misteriosos que nos apagam dos radares.
Quedo-me entregue ao teu íman, pedindo-te apenas que traces todos os teus percursos no meu corpo, na minha pele branca, como quem em desespero marca os dias para não enlouquecer, para manter a sanidade que só se releva na entrega das nossas almas sem gravidade...Tu, que mexes com o centro da minha gravidade e o deixas completamente desorientado, que me tomas o pulso com ímpeto e voluptuosidade, me castigas o corpo e me acaricias a alma. Tu que me entregas os teus segredos para eu cuidar e o teu corpo para eu amar. Tu, que me deste a tua alma para viver junto da minha, e me mimas com tanta intensidade, em todas as diferenças e mais nas igualdades...
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