Ainda Amo Você.
Madrugada chuvosa aplaca minha opaca alma
Sinto na pele o frio como um vazio lascivo inquietante
Transformando um sentimento translúcido e inebriante
Em constrangimentos desta melodia que agora se cala.
Imensuráveis incertezas invadem minhas possíveis decisões
Diante de sua moldura atenuante expresso tais questões
E neste silêncio algoz
Eis que surge do nada a inflexão sem reflexão.
Quanto martírio pelo meu estado de delírio
Duelando nesta dualidade imperfeita e atroz
Como causa, a esta causa com defeito e efeito um tanto temporal,
Fico a lamentar tua ausência em nossa relação corporal.
Torno a permanecer diante de sua moldura silenciosa
Enaltecendo nosso convívio com alívio ao anoitecer
Esperando pela existência do teu sorriso imortal e voluntariosa
Perder-me sem contendas e dualidades até ao amanhecer
Em resumo: apesar dos pesares
E diante do tempo que ainda me resta
Grito: ainda amo você!
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