Falar de si próprio é cuspir contra o vento
O que passou já não volta O presente é a única coisa real Que realmente importa
Tanta guerra Tanto ódio Nessa terra Para restar apenas o arrependimento
Filas de vidas e casas Tombadas pelo cansaço Apenas as luzes das ruas dão asas Ao descompasso do caminho que traço
Querer falar e se calar Querer lutar e ceder Ver nos teus olhos o luar Sentir na tua pele o amanhecer
Nenhuma conclusão é verdadeira
Aqueles pensamentos não foram criados
Qualquer realidade não é inteira
Minto se me digo convicto,
de tudo que tenho feito,
de tudo que tenho dito.
Os olhos dançam com a morte Focados na lúdica miragem Julgando convicto ser sorte O duro processo de aprendizagem
O que eles vêm como talento Eu vejo apenas como disciplina Gota a gota em treinamento Sonho e o fruto do desalento
Hoje só precisava de um abraço
Ou então uma palavra sincera
Algo que fizesse durar mais o maço
Pode rir agora Que o fio da tristeza se enrola Não há mais ninguém lá fora Canta a vida de hora em hora
Olhe bem para cima
Sorrindo dos olhos que reflectem o azul
Está a paz voando e cantando
As vezes é o que fica
Um beijo do tempo Curvando um sentimento De encontro ao momento
Pode se jogar
Se perder sem fundo
No raso mar
Ou tentar entender